tário-geral considerou ser um momento em que uma potência estrangeira se empenhava em desestabilizar a situação política e social em Portugal, ao mesmo tempo que o secretário-geral da UGT, igualmente membro do Partido Socialista, reiterava que o atentado de que foi vítima e a tentativa de greve geral do PCP eram, para além de outros factos ainda não inteiramente esclarecidos, peças de uma mesma tentativa de ataque à democracia portuguesa.
O PS conhecia, pois, a coincidência de datas e não se pode deixar, portanto, de atribuir a esta mesma coincidência um significado que até agora não vimos inteiramente esclarecido.
Por outro lado, é facto que um dos aliados do PS, a UEDS, pública e formalmente, confirmou aquilo de que já suspeitávamos o seu apoio d referida greve geral.
Como facto é que um distinto deputado do PS, com conhecidas responsabilidades no sector; se pronunciava publicamente também pela greve geral, manifestação esta que não foi inteiramente inócua, pese embora a presteza da direcção do partido em rectificar posições, uma vez que é sabido que dos poucos trabalhadores que aderiram à greve geral do PCP ...
O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Não provoque!
o Partido Socialista, uma vez mais, procurar resolver eventuais problemas alheios a esta Câmara à custa do apelo primário à oposição pela oposição, convertendo um mecanismo parlamentar venerável numa instrumentalização do Parlamento para outros fins?
Não desejaríamos ir tão longe mas, não pretendendo repetir aquilo que outros, na bancada do Governo e nas bancadas da maioria já demonstraram à saciedade, devemos confessar que nos resta relativamente pouco para correspondermos na área económico-laboral à chamada «interpelação» do PS.
Não temos do Parlamento a ideia aqui expressa por um Sr. Deputado do PS de que a maioria que apoia o Governo é meramente formal ou que é formal também a atitude de que só por um novo sufrágio universal pode a maioria converter-se em eventual minoria.
Para nós, a Aliança Democrática dispõe de um mandato muito substancial até 1984...
O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Dispunha, dispunha! ...
O Orador:- ..., e se é verdade: que mesmo com maioria é teoricamente legítimo pôr o problema de eleições antecipadas, o que é facto é que os múltiplos indícios de que se pode dispor quanto aos últimos tempos e que podem ter expressão estatística, de nenhum modo revelam, como é sabido, que o PS, sozinho ou com os seus parceiros da FRS, seja neste momento uma alternativa maioritária possível relativamente à actual.
Vozes do PSD: - Muito bem!
pode não ser até inteiramente errado. Estará, na conjuntura mundial actual, contente, porventura, o povo da Alemanha Federal, o da Bélgica, o da Suécia, o da Noruega, o dos Estados Unidos, o da França de Mitterrand, ou ainda o povo da Polónia ou o da Roménia?
A nós, Srs. Deputados do PS, resta-nos toda a autoridade moral e democrática para reafirmarmos que a maioria identifica-se mas não se confunde com o governo que de nós emana e esta maioria é seguramente a mais legítima, porque é a mais representativa para afirmar ou não esse alegado descontentamento.
Tranquilize-se o PS que o Governo está seguramente descontente, como nós o estamos, por não dispor das condições externas e internas ideais para realizarmos, em conjunto, mais depressa e melhor os nossos objectivos que seguramente não descontentarão os portugueses como nunca os descontentaram até agora.
A Aliança Democrática e o Governo ainda não se demitiram de levar a cabo o seu programa eleitoral ...
O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Muito bem!
O Orador: - ..., e, mesmo nas condições de profunda adversidade externa e até interna em que temos vivido, todos os índices pelos quais se pauta o