Não hesitem, não adiem, Srs. Deputados socialistas.

Se este Governo é tão mau como dizem, tão fraco como o pintam, tão carecido de substituição como o denunciam, então não se violentem, adiando para depois de amanhã o que podem fazer hoje.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Governo e a maioria não querem que o PS fique amarrado ao adiamento de uma iniciativa que ainda ontem considerava imprescindível para a sanidade da democracia portuguesa.

A noção do Estado obriga-nos a todos - Governo e oposição - a não sobrepor à nossa visão dos interesses nacionais os meros interesses partidários.

O Governo seria incapaz de andar a anunciar a apresentação de moções de confiança, sem estar totalmente convicto da certeza do próprio momento dá sua apresentação.

E seria mau que a opinião pública recolhesse desta interpelação a ideia de que não passou de um expediente formal do PS, de uma táctica avulsa, de um foguete que não subiu.

O Governo e a maioria ficam, portanto, à espera que o PS defina, uma vez por todas, se é ou não importante tentar accionar os mecanismos para a sua substituição.

E agradecem ao Partido Socialista mais este trunfo que lhes proporcionou.

No fundo, este projecto de Moção de Censura acaba por transformar-se numa verdadeira Moção de Confiança ao Governo.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - Quando a maioria o debater e votar, sabe que estará a debater e a votar uma efectiva moção de confiança ao Governo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O debate que me coube a honra de encerrar atestou a unidade e a coesão da maioria, bem como a sua íntima adesão ao Governo a que presido.

Este debate seguiu-se a uma prova decisiva da maturidade cívica dos portugueses, que foi o dia 12 de Fevereiro e o repúdio de actuações que apenas se destinaram a pôr em causa questões de regime no nosso país.

O Governo sai deste debate consciente da confiança parlamentar que mantém, e espera, tal como a maioria, que o interpelante de ontem seja capaz de assumir amanhã, ultrapassados os seus factores de crise, a responsabilidade política que lhe compete como principal partido de oposição.

Aplausos de pé do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está encerrado o debate da interpelação do Partido Socialista.

Entretanto, deu entrada na Mesa o projecto 3e lei n.º 313/11, subscrito pelos Srs. Deputados Sousa Lara e outros, do PPM, sobre o tratamento dos logradouros de edifícios e de zonas envolventes nos loteamentos. Foi admitido e baixa à 14.º Comissão.

A nossa próxima sessão é amanhã, às 15 horas. Não há período de antes da ordem do dia. A ordem do dia será preenchida pela discussão e votação na especialidade da proposta de lei n.º 68/11, sobre recenseamento eleitoral.

Está encerrada a sessão.

Eram 0 horas e 55 minutos.

Entraram durante a sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Social-Democrata (PSD)

Afonso de Sousa F. de Moura Guedes.

Álvaro Roque Bissaia Barreto.

António Duarte e Duarte Chagas.

António José B. Cardoso e Cunha.

António Vilar Ribeiro.

Carlos Manuel Pereira Pinho.

Fernando José da Costa.

Fernando Manuel Cardoso Ferreira.

Francisco de Sousa Tavares.

Joaquim Manuel Cabrita Neto.

José de Vargas Bulcão.

Leonardo Eugénio R. Ribeiro Almeida.

Maria Margarida do R. da C. S. M. Ribeiro.

Mário Ferreira Bastos Raposo.

Natália de 01iveira Correia.

Pedro Miguel Santana Lopes.

Partido Socialista (PS)

Alberto Marques de Oliveira e Silva.

António Chaves Medeiros.

Carlos Manuel N. Costa Candal.

Fernando Torres Marinho.

Francisco Manuel Marcelo Curto.

Guilherme Gomes dós Santos.

Joaquim Sousa Gomes Carneiro.

Jorge Fernando Branco Sampaio.

José Luís Amaral Nunes.

José Manuel Niza Antunes Mendes.

Luís Filipe Nascimento Madeira.

Centro Democrático Social (CDS)

Alberto Henriques Coimbra.

Álvaro Manuel M. Brandão Estevão.

José Augusto Gama.

José Manuel Rodrigues Casqueiro.

Luís Aníbal Azevedo Coutinho.

Manuel António de Almeida Vasconcelos.

Maria José Paulo Sampaio.

Rogério Ferreira Monção Leão.

Partido Comunista Português (PCP)

António Dias Lourenço da Silva.

Francisco Miguel Duarte.

Maria Alia Barbosa Nogueira.

Maria Odete dos Santos.

Vital Martins Moreira.

Movimento Democrático Português (MDP/CDE)

António do Carmo Galhordas.