Para além disso, queria dizer que para nós os mortos e os vivos são mais do que um símbolo de lutadores contra a ditadura, são o símbolo das vítimas da ditadura. Eles representam-se a si próprios, e para além deles, representam todos aqueles que foram perseguidos, mesmo ,sem terem sido presos, representa todos aqueles que aforam trucidados na sua inteligência e na sua vontade.

É isto que eles para nós representam. Neles homenageamos todos os outros.

Aplausos do PPM, do PSD, do PS, da ASDI, da UEDS, do MDP/CDE e de alguns deputados do PCP.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente, poço a palavra para dar um breve esclarecimento.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

pela arbitrariedade. Nós não podemos cair nela, temos de estar alerta contra ela, temos de estar alerta contra todas as novas formas, que se insinuam, de fascismo, de prepot8ncia e de ditadura.

Quero ainda deixar bem claro que a luta dos democratas antifascistas, ontem como hoje, é determinada fundamentalmente pela luta da classe operária e dos trabalhadores, dos explorados e dos oprimidos. É a sua luta, por vezes subterrânea, surda e pouco reconhecida que leva a que também os democratas e antifascistas lutem, e se afirmem.

É preciso que fique bem claro para quem quer defender a liberdade que quem está do lado da classe operária e das trabalhadores está, efectivamente, a defendê-la e que quem se opõe á sua luta está a contribuir para a liquidação da liberdade.

Aplausos do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Gama.

O Sr. José Cama (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para nós, a liberdade não é uma palavra vã para ser hasteada apenas quando é violada no Ocidente.

Para nós a liberdade não tem fronteiras ...

Vozes do PCP: - Oh! ...

O Orador: - ... e por isso choramos todos aqueles que em seu nome morreram ...

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Lágrimas de crocodilo!

O Orador: - ... e, neste momento, e porque tem actualidade, choramos também aqueles que neste momento agonizam em campos de concentração, nomeadamente na Polónia e no Leste europeu.

Uma voz alo PCP: - Provocador!

O Orador: - Choramos aqueles que tombaram ontem pela liberdade. Choramos aqueles que tombam hoje pela liberdade.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Também nós queremos sublinhar pela palavra o aplauso que na ocasião própria tivemos oportunidade de exprimir à intenção expressa na homenagem aos mortos do Tarrafal.

Creio que nessa homenagem importa hoje, e acima de tudo, lembrar duas coisas: primeira, que ao contrário do que durante muito tempo se pretendeu, a História nunca se reescreve. A História não pode apagar-se. A memória dos homens perdura e na memória dos homens os mortos sobrevivem. Segunda, que a luta pela construção de uma democracia em Portugal foi uma luta intensa, uma luta que se prolongou no tempo, uma luta que apesar das tentativas de a tornar silenciosa e abafada pode ser uma luz de esperança na noite e pode florescer no 25 de Abril. Isso merece a nossa homenagem, o nosso respeito e