reira de Melo, D. Pedro V, D. Maria II. Podia, naturalmente, ter falado também nos Srs. D. Luis e D. Carlos. Falou nos velhos do Restelo dessa época que também se insurgiam, como lhes competia, contra o progresso que na altura se iniciava.

Não deixa também de ser curioso notar na sua resenha que esses velhos do Restelo foram vencidos e que foi lançado neste país um programa de vias férreas, que se pode dizer, verdadeiramente progressista. Assim, os caminhos de ferro que temos foram construídos nesse tempo ou projectados nessa época. Sucede que a partir daí os velhos do Restelo deixaram de existir -porque provavelmente morreram - ou deixaram de ter razão para se exibir, porque daí para cá, em matéria de caminhos dei ferro o que se fez foi, por exemplo, nos governos do Estado Novo a nacionalização das companhias de caminhos de forro que existiam na altura e que funcionavam em termos europeias, em termos perfeitamente actualizados para a sua época. O Sr. Deputado fez também um retraio perfeitamente adequado do modo como ciai para cá foi entendido este serviço público que são os caminhos de ferro.

Quero, por isso, felicitar o Sr. Deputado pela resenha histórica que aqui fez e pelo contributo que deu para o conhecimento das realidades, muitas vezes esquecidas, quando não escamoteadas e escondidas.

Aplausos do PPM.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Arménio Matias tem direito a 12 minutos para responder aos pedidos de esclarecimento que foram formulados. Simplesmente, f atoa l minuto para concluirmos o período de antes da ordem do dia. Penso que o. Sr. Deputado estará de acordo em que fique reservada a palavra para a próxima sessão para poder responder aos Srs. Deputados interpelantes,

O Sr. Arménio Matias (PSD) : - Com certeza, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sendo assim, aproveitamos este último minuto do período de antes da ordem do* dia para se proceder à 'leitura de .um voto que foi entregue na Mesa pelos Deputados do Partido Socialista.

Foi lido. É o seguinte:

Voto da protesto

Considerando que na República Islâmica do Irão foram adjudicadas leis que permitem a execução de cidadãos, sem culpa formada e, até, sem julgamento;

Considerando que essas leis não poupam mulheres nem crianças, atingindo-se, nas últimas semanas, o número de cerca de 3000 fuzilamentos:

A Assembleia da República, ciente dos factos descritos:

1.º Protesta em nome dos mais elementares direitos do homem;

2.º Encarrega a mesa da Assembleia da República de. dar conhecimento deste

protesto às entidades que, no nosso país, representam os interesses iranianos.

Pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista: José Luís Nunes - Jaime Gama.

O Sr. Presidente:- Com a leitura do voto apresentado pelos Srs. Deputados do Partido Socialista concluímos o tempo destinado ao período de antes da ordem do dia. Na próxima sessão proceder-se-á à sua apresentação e discussão.

O Sr. Presidente: - Passamos, então, Srs. Deputados à primeira parte do período da ordem do dia.

Tem a palavra o representante da Comissão de Regimento e Mandatos, o Sr. Deputado Montalvão Machado, para leitura de um relatório.

Pausa.

Parece que neste momento o Sr. Deputado Montalvão Machado não está na sala.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente:- Faça favor.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI):- Sr. Presidente, é que a Comissão de Regimento e Mandatos está reunida neste momento.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP):- Sr. Presidente, só para que não fiquem dúvidas, para nós não é só mais curial, como é obrigatório.

Uma vez que é uma matéria que já iniciou a sua tramitação, só por consenso - eu permito-me acrescentar um adjectivo dispensável - unânime é que poderia ser interrompida para entrar outra matéria, como aliás se deu em relação à eleição do Sr. Presidente da Assembleia da República. De contrário, tem que se prosseguir a matéria que já se iniciou.