O Sr. Deputado Sousa Tavares aqui só pode ser um deputado como todos os outros, sem mais direito do que qualquer outro, e portanto, tem de se conformar com o Regimento e com as praxes parlamentares que temos seguido. O Sr. Deputado Sousa Tavares falará. na sua altura, mas antes nós teremos de poder protestar em relação à sua intervenção anterior.

Aplausos do PCP e de alguns deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o que se passou foi que eu entendi que quem teria prioridade em responder aos Srs. Deputados Sousa Tavares e Soares Cruz era o Sr.. Deputado António Campos, que tinha sido directamente o alvo das questões que lhe foram colocadas.

Portanto, pareceu-me que preterir o Sr. Deputado António Campos em favor de qualquer outro não seria correcto. Não pretendi de maneira nenhuma deixar para trás qualquer outro deputado. Aliás, como já disse, há ainda dois Srs. Deputados inscritos para formular pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado António Campos, o que quer dizer que o debate com o Sr. Deputado António Campos ainda não está.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, nós não pusemos em causa nem sequer recorremos da decisão de V. Exa. O Sr. Presidente informou-nos qual era o seu critério e nós aceitámo-lo, mas agora o que o Sr. Presidente não pode é invertê-lo.

Segundo o critério que o Sr. Presidente estabeleceu, o Sr. Deputado António Campos tinha o direito de prestar os esclarecimentos que lhe estavam a pedir. Entretanto, gerou-se aqui um conflito que foi a declaração, para nós ofensiva, do Sr. Deputado Sousa Tavares. Ora, na altura própria inscrevemo-nos para usar da palavra em relação a tal facto e, antes de o Sr. Deputado Sousa Tavares usar outra vez da palavra, o meu camarada Rogério de Brito tem de poder intervir. Caso contrário, o Sr. Deputado Sousa Tavares monopoliza o debate e quando nós tivermos oportunidade de protestar em relação a afirmações por ele proferidas, não sei quantas terão sido feitas.; Aliás, verifico que o Sr. Deputado Carlos Robalo, que é um experiente parlamentar, concorda com as minhas palavras - naturalmente que a experiência dos parlamentares encontra-se ao sentido das soluções positivas para o bom funcionamento dos trabalhos da Assembleia da República.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, não reclamei nem reclamo nenhuma espécie de direitos e aceitarei a ordem de inscrições que V. Exa. marcar. Não chego mesmo a perceber esta excitação por pane do Sr. Deputado Carlos Brito, porque não reclamei direito nenhum.

Em segundo lugar, não percebo em que é que eu o ofendo, a não ser que o PCP considere que as UCPs são propriedade particular do seu partido.

Aplausos do PSD.

E isto porque só me referi às UCPs. Não fiz a menor referência ao PCP e vi-o numa exaltação louca como se eu tivesse dito qualquer coisa contra o partido quando me referi simplesmente às terras do Estado que são administradas pelas UCPs e pelas cooperativas.

Aplausos do PSD.

A minha interpretação da discussão foi a seguinte: a seguir à intervenção do Sr. Deputado António Campos, eu e um deputado do CDS tomámos a palavra para formular pedidos de esclarecimento. Depois o Sr. Deputado António Campos pediu autorização para responder imediatamente, em vez de deixar seguir a discussão.

Ora, penso que para acabar com esta discussão era lógico que eu agora usasse da palavra. Ne entanto, se, pelo contrário, o Sr. Presidente emende que devem seguir-se as interpelações ao Sr. Deputado António Campos, depois os protestos e contraprotestos, depois os protestos contra mim e por fim eu responder ao Sr. Deputado António Campos, aceito.

No entanto, devo dizer que me parece que dessa forma se perde completamente a ligação da discussão. Acho que seria mais lógico eu responder agora ao Sr. Deputado António Campos e depois os representantes das UCPs,...

... que têm protestos a fazer em relação àquilo que eu disse, poderão fazê-los.

Penso que isto é lógico. Não estou a reclamar nenhum direito especial.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer uma interpelação à Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Então tem a palavra o Sr. Deputado Rogério de Brito para fazer o seu protesto e, em seguida, continuaremos com os pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado António Campos.