o salário médio dos trabalhadores portugueses tem aumentado muito mais do que aumentou com o PS;

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:

3) Aumento do salário mínimo nacional, que interessa, como sabemos, aos mais desfavorecidos: enquanto com a AD o salário mínimo subiu 20% em 1980 e 18,8% em

1981, no tempo do PS o salário mínimo não foi aumentado em 1976 e subiu apenas

12,5 % em. 1977. Conclusão: com a AD o salário mínimo, que interessa aos mais desfavorecidos, tem aumentado muito mais do que aumentou com o PS;

4) Garantia do poder de compra: se agora compararmos a evolução de salários com a evolução dos preços para apurar se foi ou não garantido o poder de compra real dos portugueses, concluiremos que no tempo da AD o salário médio real (descontada a inflação) subiu 4,6% em 1980 e aumentou l% em 1981, ao passo que no tempo do PS o salário médio real aumentou 0,5% em 1976 e diminuiu 9% em 1977.

Uma voz do PSD: - E agora?!

O Orador:

No que toca ao poder de compra ao nível do salário mínimo nacional, poder de compra dos mais desfavorecidos em Portugal, enquanto com a AD o poder de compra real aumentou 3,4% em 1980 e diminuiu apenas 1,2% em 1981, com o PS esse poder de compra real diminuiu 19,3% em 1976 e diminui mais 14,7% em 1977. Conclusão: com a AD, o poder de compra tem sido melhorado ou garantido, mas com o PS diminuiu sempre.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador:

5) Desemprego: aqui os números são aparentemente idênticos - 7,9% em 1977 e também 7,9% em 1980. Mas há uma diferença de significado: é que enquanto os 7,9 % do PS representaram um agravamento do desemprego, porque em 1976 a taxa tinha sido de 6,7% e passou para 7,9%, os 7,9% da AD constituíram uma diminuição do desemprego, porque no ano anterior a taxa fora de 8,1% e em 1980 passou para 7,9 %. Conclusão: com a AD o desemprego começou a diminuir, enquanto com o PS continuou a aumentar;

6) Dívida pública: no tempo da AD a dívida pública directa aumentou em relação ao ano anterior 13,9% em 1980 e 25,5% em 1981, mas no tempo do PS ela aumentou 51,5% em 1976 e 39,9% em 1977. Conclusão: com a AD a dívida pública aumentou muito menos do que aumentou durante os governos do PS;

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:

7) Défice orçamental: com a AD o défice orçamental aumentou em relação ao ano anterior de 30% em 1980, de 9,5% em 1981 e de 4,8% em 1982; com o PS o défice orçamental aumentou só de 1976 para 1977 63,2%. Conclusão: coma AD o défice orçamental tem aumentado muito menos do que aumentou com o PS e, de ano para ano, aumenta cada vez menos, estando próximo da estabilização.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Estamos o pagar aquilo que os outros fizeram!

O Orador - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os números que acabo de reproduzir, de publicações oficiais, falam por si e são tão claros, tão óbvios, tão eloquentes que destrõem por completo os fundamentos políticos e a própria base moral da moção de censura do Partido Socialista.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O PS não tem o direito de nos atirar pedras. O PS sabe que, em condições melhores do que as nossas, governou mal e sabe também que nós, em condições piores do que as dele, estamos a governar melhor.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Como se atreve, pois, o Partido Socialista a vir atacar-nos e, sobretudo como se atreve a fazê-lo nos termos em que o faz? Como pode o PS pretender que a política económica da AD é contra os trabalhadores e contra os pobres, se é precisamente no terreno dos salários médios, do salário mínimo nacional e da garantia do poder de compra real de uns e outros que a AD tem conseguido os seus melhores resultados e, por sinal, resultados sempre melhores que os do PS?

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Vozes do PS: - Vê-se, vê-se!

O Orador - Como dizia Sá Carneiro, a justiça social consegue-se com uma boa política económica e não com tiradas demagógicas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É claro que, em termos de justiça social, todos nós queremos mais e melhor para os Portugueses. E a oposição bem podia desempenhar uma função útil, se pudesse exibir uma experiência mais positiva do seu passado, uma competência mais sólida, uma imaginação mais criadora.

Mas como podemos nós acreditar na coerência da nova política económica e social pedida pelo Sr. Deputado Mário Soares, que, segundo ele, seria centrada