as leis laborais e se perfilam no horizonte novas ameaças como o pacote laboral dos despedimentos e dos contratos a prazo e a revisão reaccionária da lei da greve.

Assim se verifica que, certo de não poder sobreviver ao voto popular, o Governo vai desde que preparando os mecanismo para transformar as eleições numa fantochada à moda marcelista, numa total trafulhice que lhe permita manter-se â custa da batota eleitoral.

Aplausos do PCP.

Tais planos, porém, não terão sucesso. E já no próximo sábado, dia 6 de Março, os trabalhadores e o povo português exercerão, mais uma vez os seus direitos constitucionais e legais e manifestar-se-ão na rua, em todo o Portugal, contra esta política e contra este Governo.

Aplausos do PCP.

Um Governo que governe contra o povo como este faz, tinha inevitavelmente que trazer no bojo a repressão e o regresso a metidos de actuação fascizantes.

É também por isso, Srs. Deputados, porque estão em perigo garantias e direitos pelos quais os democratas se debateram, que é urgente que este governo que esta AD, se vão embora, que é urgente que se crie uma alternativa democrática de poder. Por que é este o sentir do nosso povo, Srs. Deputados, estamos certos que assim sucederá.

Aplausos do PCP e do M DP/CDE.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, estão inscritos os Srs Deputados Jaime Ramos, Portugal da Silveira e Sousa Tavares.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Ramos.

O Sr. Jaime Ramos (PSD): - Sr. Presidente, chamam-me a atenção de que dispomos de pouco tempo. Assim, tentarei ser extremamente breve.

É evidente que em todo o discurso do Sr. Deputado do Partido Comunista há um erro de princípio. Habituado, como está, a pensar em países em que o poder controla totalmente os órgãos de comunicação social, o Sr. Deputado vem aqui, acusar a maioria por todos os erros que há na comunicação social.

Sr. Deputado, estamos num regime democrático e a maioria não pode ser acusada da má qualidade do «programa do rato» ou do Jornal de Economia, que, pessoalmente, também condeno em termos de qualidade. Mas nós, Sr. Deputado, também não queremos a glória de programas razoavelmente bons. como são por exemplo, o Passeio dos Alegres ou o Sabadabadu. Não temos a glória, mas também não vamos ser penalizados pela falta de qualidade.

O Sr. Guerreiro Norte (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Relativamente aos editoriais de um deputado da bancada a que pertenço, queria apenas dizer-lhe que eles são extremamente úteis, revelam normalmente grande capacidade intelectual e conseguem normalmente distanciar-se das posições ideológicas que diariamente toma como líder partidário e como deputado. O Sr. Deputado devia ter a coragem de admirar o Sr. Deputado Sousa Tavares, por ele muitas vezes se expressar de determinada maneira como jornalista e não o fazer como deputado e líder partidário. Gostaria, pois, que alguma vez algum deputado do Partido Comunista tivesse essa coragem.

O Sr. Guerreiro Norte (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Por isso, Sr. Deputado, acho melhor não acusar pessoas que se afirmam pela rectidão e pela honestidade intelectual.

Sr. Deputado, porque tenho muito pouco tempo, queria apenas dizer-lhe que com a Aliança Democrática as próximas eleições não serão uma fantochada; serão feitas em liberdade, por muito que isso custe ao Partido Comunista. Chapeladas queria o Partido Comunista fazer, porque por eleições livres nunca chegará ao poder. Só por chapeladas, só por fantochadas, é que os partidos comunistas conseguem noutros lados ganhar por noventa e tal por cento.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Portugal da Silveira.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Prescindo, Sr Presidente, porque a minha bancada não tem tempo. Ficará para outra ocasião.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Será só falta de tempo?!

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Responderei em título telegráfico porque dispomos de pouco tempo.

O Sr. Jaime Ramos, mais uma vez veio com a história dos outros países. Nós estamos em Portugal e eu denuncio o que se passa em Portugal.

Protestos do PSD.

Estou a falar sobre um governo de Portugal, sobre o vosso governo que, infelizmente, ainda é governo