tro, que é o Governo quem está a ser interpelado. Além disso, sobre opções de médio prazo temos conversado!

A AD apresentou aqui, há cerca de um ano o chamado relatório das grandes opções sobre o plano a médio prazo: passando um ano sobre essa apresentação, nunca mais se falou de plano a médio prazo; as opções então apresentadas estão convictamente ultrapassadas; não há qualquer indicação sobre quais sãos as opções a médio prazo deste governo da Aliança Democrática. Como pode o Sr. Ministro vir aqui exigir que seja a oposição a apresentá-las primeiro?

Aplausos do PS, do PCP, da UEDS, da ASDI e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para responder, dispondo de 13 minutos, contando já com a transferência de tempo cedida pelo PPM, o Ministro de Estado das Finanças e do Plano.

2,7 % do produto nacional. Ora, o que nós estávamos a programar era de 8,5 %.

Estas foram referencias concretas em relação a casos concretos que estavam a ser postos. É claro que isto, apesar da herança giscardina, tem alguns aspectos negativos e outros positivos, como sabemos.

Herdaram um défice governamental que estava controlado, herdaram uma balança de pagamentos que estava em reequilíbrio, herdaram pressões inflacionistas que, não estando inteiramente controladas, não estavam, também desencadeadas.

Não me compete a mim apreciar os resultados. Isso compete ao Parlamento francês. Assim, não me alongarei.

Queria, no entanto, deixar perfeitamente claro que o que referi, na outra ocasião e desta vez, não foi na perspectiva de um pretenso julgamento do que se passa em França. Antes, isso sim, foi uma chamada de atenção para o facto de se exigir a um, país mais pobre, com mais dificuldades estruturais e com mais dificuldades, que resultam do nosso enquadramento institucional, o que não se exigia a um governo socialista que sai de uma situação de recuperação económica, com reservas intactas, a um governo que tem à sua frente um mandato claro de transformação, na linha do .que os Srs. Deputados defendem.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Em relação à intervenção do Sr. Deputado Vítor Constâncio, devo dizer, em primeiro lugar, que a referência à SEDES não me parece muito elegante. Explico as razões.

Tive oportunidade de referir durante a intervenção que fiz que não me pronunciaria aqui sobre problemas de revisão constitucional por uma questão de correcção. Não penso que compita ao Governo estar a falar de revisão constitucional nesta altura. Foi o que fiz naquele momento. Suponho que o Sr. Deputado ouviu essa minha referência.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Em segundo lugar, quanto a miudezas, desculpe, Sr. Deputado, mas se disso se trata não fui eu que as introduzi. Dediquei muito menos tempo para as miudezas do que aquele que o Sr. Deputado e o Sr. Deputado Mário Soares dedicaram.

O Sr. Deputado Vítor Constâncio mais uma vez nos deu uma prova de que desde que esteja em paz com a sua consciência a unidade do Partido Socialista está garantida, o que me parece, difícil de garantir.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Ficámos a saber, mais uma vez, que durante a discussão do OGE nos apresentou um programa que era coerente. O que referi foi a incoerência entre as afirmações que tinha produzido, os aplausos que mereceu e os aplausos que mereceram afirmações de outros Srs. Deputados que são incompatíveis com essa. Suponho que me terei explicado bem.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. José Niza (PS): - Quais afirmações?

O Orador. - Quanto a outros pontos que o Sr. Deputado referiu, eles parecem-me positivos Ficámos a saber que em relação à CEE o nosso ponto de discórdia não é grande e penso que rapidamente o podemos resolver.

Ficámos, também, a ganhar em saber que, considera o sistema do SIII perdulário. Somos da mesma opinião. Espero que mais tarde não venhamos a ser acusados .de reduzir privilégios pela mesma bancada.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Tive também oportunidade de referir - e aí estamos de acordo que penso que um plano a médio prazo é necessário, de modo a traduzir as opções fundamentais que temos à nosso frente.

O Sr. José Niza (PS): - É fazê-lo!

O Orador: - Penso que sim, Sr. Deputado, e penso que não é só ao Governo que tal compete, mas ao país todo. Não considero um plano como uma obra de um governo apenas. Considero que os vários parceiros devem intervir nele.

Uma voz do PS: - Mas não apresentaram nada!