como ai referentes à política laboral, à política de comunicação social e a aspectos salientes da política de segurança social ...

O Sr. Jaime Gama (PS): - Oh Sr. Primeiro-Ministro! Isso é muito medíocre!

O Orador: -... e a do Sr. Deputado António Campos, que, pela sua inconsistência, deu origem e permitiu à maioria e ao Governo marcarem ponto -, no que toca à coerência e validade da política agrícola que prosseguimos desequilibrando, também, o tempo do PS, para desespero patente da sua liderança parlamentar.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Hoje à tarde, os 37 minutos sobrantes foram gastos em intervenções telegráficas dos Srs. Deputados Marcelo Curto e Eduardo Pereira, aflorando os temas do trabalho e dos transportes, e pelo discurso do Sr. Deputado Vítor Constâncio. De facto, tem de se reconhecer que como modelo de desorganização não podia ser mais elucidam a actuação socialista.

O Sr. António Arnaut (PS): - Parece o Américo Tomás!

O Orador: - Não cobrindo zonas essenciais da política de qualquer governo, o PS usou os tempos ao sabor do improviso e dos reptos da maioria, sem imaginação. Isto mesmo se diga das palavras, no caso repetitivas, do Sr. Deputado Vítor Constâncio, que noutras ocasiões tem contrastado, na solidez da sua competência e na solidão do seu percurso político, com a vacuidade, a superficialidade e a, oportunamente demonstrada, inaptidão governativa daqueles que lideram o seu partido.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Parece o Américo Tomás.

O Orador: - Sem imaginação foram, de facto, as intervenções desgarradas da bancada socialista e sobretudo sem nunca avançarem com em projecto de alternativa.

Porque o dramático. Sr. Presidente e Srs Deputados está neste ponto: o PS deveria ser, em princípio, a alternativa democrática à Aliança Democrática.

Seria positivo para a democracia portuguesa que se assumisse como oposição e revelasse programas alternativos aos da AD.

Uma voz do PS: - Está muito preocupado!

O Orador: - Infelizmente, o PS está em Março de 1982 tão débil na sua credibilidade para poder regressar ao Governo como se encontrava em Janeiro de 1981 e em Janeiro de 1980.

O Sr. António Arnaut (PS): - Essa é boa!

projecto como AD.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Confirmando as minhas palavras no encerramento da interpelação de há duas semanas, a moção de censura acabou, assim, por se transformar num falhanço para o partido que apresentou e por constituir paia e Governo, uma autêntica moção de confiança, na medida em que dará ensejo a maioria paramentar de aqui exprimir publicamente a sua discordância relativamente ao Partido Socialista e o seu apoio ao Governo e à política por ele seguida, política que não pertence apenas ao Governo, pois se integra num todo mãos amplo, constituído pelos deputados, pelos responsáveis a vários níveis dos partidos da Aliança Democrática e pelos eleitores a quem devemos e isso nunca o esqueceremos - a nossa presença aqui.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

O Orador: - É claro que ao longo do debate verificaram-se episódios pitorescos que procuraram esconder as fraquezas do Partido Socialista e a divergências que dentro dele são patentes.

Revelou-se, em jeito de delfim, um divisionista de serviço, como que a compensar a ausência cie uma intervenção sua de fundo, o qual. com certa ingenuidade, proeurou criar manobras de diversão, investindo em descobrir e acentuar conflitos e divisões dentro da AD da maioria e do Governo. Essas tentativas, mais uma vez não resultaram e levaram a resposta merecida, apesar da novidade pretensamente picante da personalização dos ataques ao Primeiro-Ministro, ataques que revelaram, por parte de quem os fez uma ignorância confrangedora e um desprezo chocante pela Constituição e pelos mecanismos democráticos em geral.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Jorge de Lemos (PCP): - Viu-se!

O Orador: - Se se aceitarem os mecanismos democráticos representativos, a regra da maioria, o papel partidário na representação política, então não vejo como se possa negar a uma maioria parlamentar legitimamente eleita a indicação de um primeiro-ministro, nem como se possa menosprezar o veredicto inequívoco de sucessivos congressos do principal partido da coligação do Poder nem ainda como se possa