ceiros sociais sobre um plano nacional de emprego, iniciativa que, cumpre sublinhá-lo, o Sr. Deputado Mário Soares mencionava, sem criticar, numa passagem do seu discurso que acabou por não ler no início do debate da moção de censura. Os Portugueses irão em breve conhecer o teor da proposta governamental virada para a concertação em domínios essenciais do trabalho, do emprego e de infra-estruturas sociais básicas.

Temos uma política de cultura, já que sem a cultura a política não passa de facto de uma mera actividade de luta pela conquista e a disputa do Poder. Em Abril será mesmo lançada uma primeira iniciativa nacional de valorização do papel do livro, do teatro, do cinema, das artes plásticas e da música portuguesa ...

O Sr. António Vitorino (UEDS): - É só música!

O Orador: - ... com a preocupação de proporcionar o acesso dos cidadãos, aos bens culturais, principalmente os de mais fracos recursos económicos e sociais.

Temos uma política de recuperação económica e de regeneração financeira que vaLpermitir acentuarmos o estímulo ao investimento produtivo, porque entretanto foi possível moderar o consumo privado e público, e assim proporcionar instrumentos adicionais à iniciativa dos agentes económicos. Estão em estudo, para oportuna apresentação pública, tais instrumentos, destinados a vitalizar os diversos sectores empresariais, com particular ênfase para a iniciativa privada e também para a cooperativa. O investimento merecerá, assim, uma tónica adicional nos tempos que se seguem, em complemento de uma austeridade que só se justifica em função dos horizontes de desenvolvimento, modernização e reforma que a AD prometeu aos Portugueses.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Vamos, pois, continuar o nosso caminho.

Permita-me, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que evoque, nesta arrancada que fazemos na prossecução do nosso projecto da AD, a palavra sempre presente e o testemunho sempre exemplar de Francisco Sá Carneiro ...

O Sr. António Arnaut (PS): - Outra vez?

O Orador: -... disse Francisco Sá Carneiro, aqui nesta Câmara, em Novembro, imediatamente antes de falecer, quando da votação de uma moção de confiança: «Esta é a responsabilidade que temos para com o nosso país: continuar com a confiança do Parlamento o caminho de segurança, de estabilidade e de modernização; trabalharmos sem demagogia, sem atender às provocações que nos vão lançando pelo caminho, com os olhos postos, acima de tudo, na nossa qualidade de Portugueses, no nosso país e no bem de todos os portugueses».

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para proceder à intervenção de encerramento, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Soares.

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. Mário Soares (PS): - Sr. Presidente da Assembleia da República, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Infelizmente não posso utilizar na minha intervenção de resposta o tom e o estilo do Sr. Primeiro-Ministro. Ainda que o quisesse, não era capaz!

O Sr. Primeiro-Ministro é verdadeiramente, como Primeiro-Ministro, inimitável.

Aplausos do PS e da UEDS.

Fez aqui um discurso em que ocupou os primeiros 12 minutos do seu tempo praticamente a justificar-se de ser Primeiro-Ministro. É, de facto, uma justificação que ele deu à maioria, mas que não deve à oposição porque nós não votámos na AD nem votámos no Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PS e da UEDS.

O Sr. Lemes Damião (PSD): - Mas estão arrependidos! ...

O Orador: - A outra parte do seu discurso- foi feita para tentar provar que o PS não existe praticamente, que o PS não é alternativa,...

Vozes do PSD: - E não é!

O Orador: - ... que o PS não tem programa nem o pode ter. Isto quando o PS governou este país durante 2 anos...

Vozes do PSD: - E mal!

Risos do PSD.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

... francamente não sei o que é se visa com esse objectivo e o que é que a democracia portuguesa, no entender do chefe aparente da coligação AD, tem a ganhar com tentar arrasar qualquer alternativa de-