sector cooperativo, e fizemo-lo num esquema de economia aberta e de economia de mercado.

Uma voz do PSD: - Isto é uma moção de censura ao PS!

O Orador: - O povo português não o esquece, como não o esquecem os investidores deste país. que muitas vezes, falando comigo, me dizem, comparativamente a este governo, a decepção que tem sido para esses investidores este governo que tanto se reclama do liberalismo económico.

Vozes do PS e da UEDS: - Muito bem!

Protestos do PSD.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

O Orador: -... nesses momentos difíceis que vão chegar - a curto prazo- para o nosso país, oxalá que este governo tenha o prestígio e os amigos no plano internacional para poderem ajudar o nosso país como nos ajudaram de facto em 1976.

Aplausos do PS e da UEDS.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queria informá-lo de que dispõe de 10 minutos.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Claro que o País está confrontado com grandes desafios: tem de vencer a crise, tem de criar riqueza, tem, naturalmente, de trabalhar, tem de melhorar e racionalizar os seus recursos, tem de saber aprofundar - esse é outro dos seus desafios a democracia através da revisão constitucional, de uma revisão constitucional que não altere e não adultere o espírito da Constituição e do 25 de Abril,...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: -... e tem de ser um país que não seja bloqueado, tem de ser um país que tenha alternância democrática.

Vozes do PS, do PSD e do CDS: - Muito bem!

Este governo parece, com a maneira como fala aqui e como encara a própria oposição responsável do Partido Socialista, um governo que quer evitar a alternância democrática.

Vozes do PS: - Muito bem!

Vozes do PSD e do CDS: - Não apoiado!

O Orador: - Este pais tem, acima de tudo, que se modernizar para se preparar para o choque europeu, sem se descaracterizar. Gostaríamos de ter mais informação sobre aquilo que se passa nas negociações com a Europa, aliás já aqui o dissemos e repetimo-lo. Este país tem de ter um projecto cultural tem de saber defender a língua portuguesa, tem de saber defender a autonomia de Portugal no quadro da CEE onde vai entrar e tem também de ter uma política em relação a África.

De passagem, direi ao Sr. Ministro das Finanças e do Plano que eu sei que no último ano tem havido um acréscimo importante de movimento comercial com Angola. É um facto. Mas o que eu pergunto é se esse facto é devido ao Governo ou se aconteceu apesar do Governo.

O problema que ponho é o de saber qual é a política articulada para chegarmos a isso. E essa política deve discutir-se serenamente. Os senhores, se são democratas, devem admitir a crítica ...

Vozes do PSD: - É evidente!

O Orador: -... e devem, perante a crítica, responder sem ser com tropos de oratória fácil...

Vozes do PSD: - Olha quem fala!

O Orador: - ... ou com insultos à oposição.

A AD não tem um projecto adequado à sociedade portuguesa; a AD é um adiamento; a AD é hoje um cartel de interesses; a AD está a criar contradições explosivas à sociedade portuguesa. E um dos sentidos e significados desta moção é justamente o de acendermos uma luz vermelha a este governo e a indicar-lhe que está a ir por muito mau caminho e que está com a sua acção irreflectida, irresponsável, sem aceitar a crítica, sem ter sensibilidade social, sem sentir o descontentamento que lavra neste país, a precipitar o nosso país para o abismo.

Vozes do PS: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Não apoiado!

O Orador: - E nós temos o dever e o direito de dizer que não é possível precipitar este país num abismo.

Vozes do PS: - Muito bem!

Orador: - De resto, os próximos meses vão ser o supremo julgador daquilo que estamos aqui a afirmar.

Trata-se, por outro lado, como já disse, de uma coligação perfeitamente heteróclita, incapaz de criar uma dinâmica reformadora, visto que é uma coligação que se baseou na bipolarização artificial da sociedade portuguesa, quando o que seria necessário era fomentar os consensos e consensos nacionais