que as forças de segurança devem gozar na consciência de cada cidadão isto é uma indicação muito precisa do que fana uma tal força política como a que está no Governo se. na verdade, tivesse sob o seu poder as forças armadas.

Sr. Ministro da Administração Interna e Srs. Deputados: Não é a questão do estatuto das forças de segurança que aqui está em causa, e isso é assunto que discutiremos quando se entender adequado. O que está em causa e o comportamento do Genuíno e o desrespeito deste pelos direitos dos cidadãos, dos trabalhadores, do povo português em geral e também pelos partidos e forças democráticas o desrespeito do Governo pelas torças da oposição e pela maneira como os trabalhadores e o povo em geral fazem oposição ao Governo.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Mas entre isto e a opção terrorista que o Sr. Ministro da Administração Interna aqui trouxe à Assembleia da República há uma diferença fundamental O Sr. Ministro agita o «papão» do terrorismo para justificar uma intervenção autoritária ou repressiva do Governo não sobre os terroristas, nem sobre as organizações terroristas, mas sim sobre os cidadão e os trabalhadores em luta.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E é assim que. apesar dessa opção, o Sr. Ministro nada nos esclareceu acerca de uma afirmação que fez. Diz ele que já em Janeiro havia factos que indiciavam que em Fevereiro se iriam produzir actos subversivos Era. pois. importante que o Sr Ministro tu esse esclarecido quais os factos que indiciavam. Foi um plenário de sindicatos que marcou uma greve geral para o dia 12 de Fevereiro?

Era bom que o Sr. Ministro falasse muito claramente, pois não se encontra à mesa do cale nem na Brasileira, mas sim na Assembleia da República Está perante um órgão de soberania e deve falar claro. Portanto, não deve insinuar, mas sim fundamentar aquilo que afirma.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Também é muno curiosa a maneira como o Sr. Ministro passa como gato por brasas pelo único fenómeno de natureza terrorista que parece ter-se verificado no dia 12 de Fevereiro e que diz respeito ao tal carro encontrado no Parque Eduardo VIL Por que não fornece a Assembleia da Republica mais pormenores a respeito disso?

Vozes do PCP: - Muito bem!

do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Era bom agora irmos aos factos concretos O Sr. Ministro pediste em considerar factos indiciadores de insurreição, do tal derrubamento do regime democrático, os fósforos, os pregos, os furos o pinheiro de pequeno porte? O Sr. Ministro insiste em considerar factos indiciadores de comprometimento do movimento grevista de 12 de Fevereiro o incêndio da escola de Setúbal, que se sabe por quem foi provocado Insiste em considerar como também estando ligado ao movimento grevista o atropelamento de uma praça e de um cabo da GNR? Com que justiça faz o Sr. Ministro uma tal acusação a um cidadão que por toda a informação que se tem é honrado, que se entregou às autoridades, que vai ser julgado? Não é isto o uso extremamente abusivo de poder para esmagar um cidadão indefeso e apenas com objectivos meramente partidários, de manipulação partidária da opinião pública?

Vozes do PCP e da UDP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Ministro, quais são as coincidências que existem, e em que

V. Ex.ª insiste, entre o movimento grevista e os factos terroristas?

V. Ex.ª diz a certa altura da sua intervenção que «desde há cerca de cinquenta anos não se realizava qualquer tentativa de greve geral, facto esse que os respectivos organizadores e potenciais utilizadores sempre exaltaram como uma acção decisiva de rotura do regime». Aponte uma só palavra de um só comunicado dos organizadores e das forças políticas que apoiaram a greve onde esteja contida essa ideia da rotura do regime. Para quê estas maquinações? Para quê estas falsidade? Que é que os senhores pretendem com isso?

Vozes do PCP: - Muito bem!