Ora, esta situação e a relação existente entre estes três factos é uma realidade.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Carlos Brito (PCP): -Muito obrigado por me ter permitido a interrupção, Sr. Secretário de Estado.

Que relação tem isso com a greve, com os sindicatos que organizaram a greve e com as forças políticas que a apoiaram?

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

O Orador: - Ora bem, eu não me quero antecipar, às investigações em curso, sobre o segredo de justiça.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Ah, ah! ..,

coincidentes no tempo com essa tentativa, isto é, implicando uma tentativa, à primeira vista, de aproveitamento pela coincidência temporal e que os elementos disponíveis trazidos a público parecem confirmar.

Vozes do CDS: - Muito bem!

relatórios ver-se-á que o diagnóstico da situação foi além daquele que foi o diagnóstico do Governo, que se manteve em todas as circunstâncias com o sentido de Estado de que falava o Sr. Deputado Manuel Alegre.

Sr. Deputado Manuel Alegre, também eu começaria por saudar, na sua intervenção, a importância do diálogo democrático como uma peça fundamental na existência de uma democracia institucionalizada.

Disse o Sr. Deputado que houve na minha intervenção uma tentativa para globalizar, para teorizar sobre a política no domínio da segurança interna.

Eu devolveria essa acusação, como denotando um sentido de Estado, a intervenção que já citei, a justo título, do Sr. Deputado Jaime Gama da sua bancada.

Simplesmente não é possível, até pela própria generalidade da interpelação apresentada pela UEDS que não se resumiu aos acontecimentos do dia 12 deixar de fazer aqui intervenções de fundo. Para além dos esclarecimentos complementares que no concreto venham a ser dados pelo Governo e pelo Sr. Ministro da Administração Interna não é possível dissociar a questão das linhas mestras da política de segurança interna.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Porque foi aqui dito que o Governo não tinha uma política e que a política genérica e abstractamente definida no seu programa não estava a ser efectivamente cumprida, entendo que e responder à interpelação estar a mencionar os pontos essenciais da política do Governo constantes do seu programa e a forma como tem sido prosseguida pelo Governo.

O Sr. Deputado Manuel Alegre, de quem eu já conhecia um talento indesmentível no domínio poético, tem também, segundo disse, uma preocupação de há muitos anos no domínio da teorização das insurreições.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Pois, sem querer ironizar, direi que isso nos levaria para um debate sobre o conceito de insurreição, o que não está em causa, porque, como o Sr. Ministro da Administração Interna esclareceu ao transcrever as palavras que disse, o que esteve em causa foi a tentativa de criação de um clima subversivo das instituições, potencialmente insurrecional, e não a verificação de uma insurreição.

Mas dir-lhe-ia que, em termos teóricos, um dos grandes debates que precedeu a queda do regime anterior foi o de saber quando e como se verificaria a insurreição e a tal crise nacional, e valeria a pena discutir um dia se essa queda se verificou de acordo com os modelos teóricos que durante muito tempo várias forças políticas defenderam quanto à insurreição generalizada e à crise de identidade nacional.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador: - Finalmente, também eu concordo com o Sr. Deputado Manuel Alegre quando diz que todas as intervenções de todos os titulares de órgãos de