palavra e deixarei para outra oportunidade as questões que quero colocar.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, dar-lhe-ia a palavra para um protesto nos pontos em que queria protestar, mas nas pontos em que queria intervir penso que terá uma melhor oportunidade numa segunda intervenção.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso {UEDS): - Começando por agradecer ao Sr. Secretário de Estado Marcelo Rebelo de Sousa as referências amáveis que entendeu dever fazer à minha pessoa e à minha intervenção, eu diria que já me unha habituado a ver no Sr. Secretário de Estado um brilhante parlamentar. Não poderei ir tão longe no elogio quanto ele foi em relação à minha pessoa porque, assumindo o Sr. Secretário de Estado, com ombridade integral, a solidariedade governamental a um governo que governa mal, eu diria que perdemos um parlamentar brilhante para termos um péssimo governante.

Vozes do PSD: - Não apoiado!

stado. Onde estão os dados que minimamente comprovam aquilo que acaba de afirmar?

O Sr. Secretário de Estado avançou agora com o argumento supremo e definitivo: para além dos pregos e dos pneus furados, de tudo quanto aqui já foi referido, ainda há mais, mas isso está sob segredo de justiça. Só que, se assim é, eu também não compreendo que o Governo não tenha avançado desde o início com esse argumento, que terá a sua legitimidade, e tenha vindo argumentar com argumentos que, no mínimo, o que podem é ser classificados de ridículos.

Quanto ao segredo de justiça com que o Governo parece agora tão preocupado, devo dizer que me congratulo com isso. Espero que o Governo tenha, de facto, mudado de comportamento e que o Sr. Primeiro-Ministro, em relação a quem ontem foi feita uma participação na Procuradoria-Geral da República por ter infringido o segredo de justiça, passe na verdade a respeitá-lo; que este não seja apenas um argumento - o tal argumento definitivo - para não serem obrigados a revelar a vacuidade dos protestos que têm para nos apresentar. É evidente que tudo isto tem de ser colocado num plano mais vasto que é o da própria orientação política do Governo nestas matérias. Mas o que está aqui em causa não é a afirmação e a repetição do que são teoricamente essas posições, mas verificar em que medida - porque é pela prática e não pelas palavras, que se afere do sentido real daquilo que se diz - a actuação do Sr. Ministro da Administração Interna respeita aquilo que nos é dito ser a orientação do Governo nessa matéria e respeita aquilo que e o enquadramento constitucional a que o Governo está obrigado. E quanto a isso continuamos ainda a aguardar uma resposta.

Vozes do UEDS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Manuel Alegre pretende usar da palavra para que feito?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

Ex.ª não respondeu à minha questão e não o pode fazer porque, por muito grande que seja o seu esforço e o seu talento, o Sr. Secretário de Estado sabe que não há resposta possível e que, sobretudo, não há cobertura possível para a falta de sentido de Estado demonstrada na televisão pelo Sr. Ministro da Administração Interna.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Orador: - Eu sei que coloquei uma questão ingrata e difícil, é um problema teórico, porque não se brinca com estas coisas. Não é legítimo brincar com coisas que dizem respeito à segurança interna de um país, que dizem respeito ao regime democrático.

A questão de fundo é, afinal, saber o que põe ou não em causa um regime democrático; saber o que