como também ninguém mos tem feito a mim, excepto um Sr. Deputado que agora está até muito em berra. Mas, portanto, não tenho problemas com ninguém e julgo que ninguém tem problemas comigo.

Desculpe-me a impertinência, Sr. Ministro, sou assim e cada um tem o seu estilo, mas quero perguntar-lhe o que é que aquilo que leu tem a ver com os pneus furados, com os pregos, com a minha interpelação e com as perguntas que pus ao Governo?

O Governo continua silencioso em relação às questões que eu pus! O Governo não disse nada em relação às perguntas que eu fiz!

Mas, Sr. Ministro, quero ainda fazer-lhe uma pergunta muito concreta. O Sr. Ministro subscreve, na integra, a intervenção feita na televisão, na noite de 13 de Fevereiro, pelo Sr. Ministro Ângelo Correia? Se não a conhecer tenho-a aqui gravada e posso facultar-lha.

É apenas isto que quero saber agora. O Sr. Ministro subscreve ou não essa intervenção?

O Sr. Presidente: -Tem a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes. Cardoso (UEDS): - Muito rapidamente, quero colocar uma questão ao Sr. Ministro da Justiça.

Como disse o meu camarada César de Oliveira, o Ministro da Justiça, tal como os outros membros do Governo, mais uma vez fugiu à questão fundamental. Pôs uma interrogação no início da sua intervenção, a qual era se era possível viver em segurança num Estado democrático, mas não foi essa a questão que levantámos, não é esse o objecto do debate.

Para nós, é óbvio e evidente que se vive em segurança num Estado democrático, aliás consideramos que só se pode viver em segurança num Estado democrático. A questão que levantámos, e para a qual ainda não obtivemos resposta, é a de saber se se pode viver em segurança num Estado democrático com este governo e com este Ministro da Administração Interna.

Vozes do PSD: - Pode sim, senhor!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr, Ministro da Justiça, para responder, se assim o desejar.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Ministro?

O Orador: - Em segundo lugar, perguntou-me o Sr. Deputado se aquilo que eu disse tem alguma coisa a ver com a interpelação.

Quanto a isto, e respondendo também ao Sr, Deputado Lopes Cardoso, devo dizer que os Srs. Deputados interpelantes, no uso de uma interpretação legítima...

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Desculpe-me insistir, Sr. Ministro, mas peço-lhe que me dê licença para o interromper.

O Orador: - Faça favor.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - O Sr, Ministro considera que o bombismo e o terrorismo que existiram antes de 1981 não era terrorismo urbano? Se assim é, registo.

O Orador: - Não sei a que factos concretos se está a referir. Se mos pudesse configurar, agradecia.

O Sr. César de Oliveira, (UEDS): - Concretamente referia-me, por exemplo, à bomba em casa do meu camarada Lopes Cardoso.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - A bomba na Embaixada de Cuba! ...

Uma voz do PCP: - A destruição dos centros de trabalho do PCP! ...

O Orador: - Respondendo apenas a única pessoa que usou o microfone, apesar de ter ouvido todos os outros, a quem eu poderia responder se tivesse tempo, digo que, pelos elementos de que disponho sobre esses factos, o atentado em casa do engenheiro Lopes Cardoso, como o atentado em casa do actual Vice-Primeiro-Ministro, não são fenómenos típicos de terrorismo urbano.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - São de terrorismo rural!

O Orador: - Sr. Deputado, estas coisas requerem uns certos conhecimentos. Se não se têm esses conhecimentos, desculpe-me dizer-lhe, o diálogo torna-se impossível.

O Sr. Borges de Carvalho (PPM): - Não percebe nada.