O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço-lhe que continue a sua intervenção.

O Orador: - Sr. Presidente, tenho o direito de exigir uma de 2 coisas: ou o exemplo ou a retirada da afirmação do Sr. Deputado Jaime Ramos.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado, tem direito a fazer perguntas, os Srs. Deputados responderão se quiserem, mas, como sabe, não tem direito a formular ...

da Mealhada ao MAI, ao Luso, etc. - todo esse imbróglio vem em relação à Mealhada e Luso -, era questão meramente política e só isso. Nada mais! Isto foi dito pelo Sr. Capitão da GNR -parece que é o único - de Aveiro.

Em relação à intervenção nos liceus, Sr. Ministro da Administração Interna, tenho testemunhos, infelizmente, directos acerca do que se passou, por exemplo, no Liceu de D. Leonor e nessa zona da cidade. Sr. Ministro, pode V. Ex.ª não estar informado, admito-o, mas a polícia organizou autênticas ciladas aos miúdos de 14 e 15 anos e os miúdos de 13, 14 e 15 anos que me informaram, que por acaso são meus filhos...

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Não é por acaso!

Risos do PSD.

O Orador: - Não admito a ninguém nesta Assembleia insulto que V. Ex.ª me fez agora. Isso é uma grosseria inqualificável que eu não posso admitir nesta Assembleia. Não falo mais enquanto o Sr. Deputado que disse «por acaso» em relação aos meus filhos não se retratar, não tiver a coragem de publicamente me pedir desculpa.

Aplausos da UEDS, do PS, do PCP, da ASDI e do MDP/CDE.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Tem toda a razão!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, estou convencido de que não houve intenção de o ofender.

O Orador: - Quero desculpas imediatas.

O Sr. Presidente: - Pela minha parte, lastimo bastante o ocorrido.

O Orador: - Sr. Presidente, desculpe a minha exaltação, mas isto ofende a minha honra e a minha dignidade. Se o Sr. Deputado não tem a coragem de publicamente me pedir desculpas e dizer «fui eu» é um cobarde e um miserável.

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Sr. Presidente, dá-me licença?

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Sr. Presidente, em relação à expressão fui eu que a disse. Não tenho problema nenhum em afirmá-lo e V. Ex.ª escusava de fazer todo esse escarcéu. O que eu disse foi o seguinte: V. Ex.ª acabou de afirmar que teve relatos directos de miúdos de 14 anos e que por acaso feitos pelos seus filhos e a minha exclamação foi somente esta «por acaso».

Se isto é injurioso para si não tenho o mínimo rebuço em lhe pedir imensas desculpas. Única e simplesmente lhe quero dizer que a sua frase «que por acaso são meus filhos» não tem nada de acaso nem era preciso vir aqui a propósito da discussão.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado César de Oliveira, compreendo a sua reacção, penso que a situação é ambígua. Eu próprio ouvi a expressão «por acaso». Compreendo por isso que se tenha gerado uma situação deplorável que pedia que fosse ultrapassada com as explicações agora dadas.

O Orador: - Sr. Presidente, em sua atenção, em atenção, em atenção ao Governo, em atenção ao CDS e ao PPM, por agora passa, por agora passa!

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente:- Srs Deputados, agradecia que não complicassem questões deste tipo. O Sr. Deputado César de Oliveira está no uso da palavra tem pouco tempo, e tem todo o direito de se exprimir.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - No dia 18 de Dezembro foram publicados 180 diplomas, foi uma vergonha, foi um escândalo político!