Por tudo isto, a UDP apoia com toda a força os pedidos de inquérito, votará a favor e quer estar presente na comissão de inquérito.

O Sr. Portugal da Silveira (PPM): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito. Sr. Deputado?

O Sr. Portugal da Silveira (PPM): - O Sr. Deputado Mário Tomé disse que o PPM se cobria com a sua consciência transparente. Quero dizer-lhe que, obviamente, o PPM é um partido consciente mas nunca fez apelo a essa consciência e, de modo algum, quer reservar o monopólio da consciência para si.

A consciência é de todos nós e o PPM, que é contra os monopólios, evidentemente não quererá fazer da consciência o seu monopólio, é contra os monopólios em matéria de consciência como é contra os monopólios em matéria, por exemplo, de comercialização de cereais.

Foi por isto que o PPM sempre disse. É contra os monopólios, sejam eles de que natureza forem, sejam eles estatais ou de carácter privado, e isso ficou bem patente quando o PPM apresentou aqui um projecto de lei que procurava regulamentar e coarctar a possibilidade de, uma vez o Estado abrindo a mão do monopólio que detinha, esse monopólio vir a ser transferido para entidades privadas.

Pergunto ao Sr. Deputado se não terá ficado bem claro, pelo menos para si, e, enfim, para a Câmara em geral, que era esta a intenção muito límpida do PPM.

O PPM é contra os monopólios, sejam eles de que natureza forem, e lutou para que fosse coarctada toda e qualquer hipótese de haver monopólios que deixassem de ser estatais para serem privados.

Pergunto ao Sr, Deputado se isto não ficou bem claro no seu entendimento e se o PPM não terá sido bem claro ao expor esta posição.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé para responder.

rvenção - um instrumento, um meio fulcral e fundamental para contribuir para o bem-estar da população.

Simplesmente a política da AD não é nesse sentido; é no sentido contrário, que é o de pôr esses meios tão importantes nas mãos da iniciativa privada, nas mãos dos monopólios que já existem, nas mãos das multinacionais exploradoras.

E para acabar, já que a AD diz que o Estado não deve Ter monopólios e que o próprio Governo não os quer ter na mão, eu achava que era altura de VV. Ex.ªs deixarem o Poder porque estão a monopolizá-lo demais.

Risos do PSD e do CDS.

Só não digo para VV. Ex.ªs o deixarem porque sei que não o deixam. É preciso que fique bem claro que têm de ser os trabalhadores, pela sua luta, a impor que isso aconteça.

O Sr. Portugal da Silveira (PPM): - Sr. Presidente, peço a palavra para intervir em nome do meu partido sobre este assunto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Muito bem!

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor. Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Deputado Portugal da Silveira, gostaria só de manifestar a minha estranheza que um partido do Governo tenha conhecimento dos projectos do Governo através dos jornais diários.

O Orador: - Sr. Deputado Lopes Cardoso, o meu partido não é um partido do Governo, mas um partido que apoia o governo quando este apresenta trabalho concreto.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Deputado Portugal da Silveira, dá-me licença que o interrompa de novo?

O Orador: - Faça favor. Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Deputado, estou então perplexo: o Sr. Arquitecto Ribeiro Teles não é ministro ou não é do PPM?

Aplausos do Sr. Deputado Manuel Alegre (PS).