A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Histórias do CDS, e são tristes!

O Orador: - Histórias da luta pela liberdade! É com muita honra que também as reivindicamos!

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - É que para nós a liberdade não é o bâton com que os senhores tentam embelezar os discursos. A liberdade é uma bússola das nossas preocupações, e por isso, enquanto 17 portugueses estavam aprisionados no Sul de Angola, não enfiámos a cabeça na areia nem lavámos as mãos como Pilatos. Não nos demitimos! Não fomos desertores nem refractários!

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Não entrámos em Angola para lutar por esses portugueses, como não quisemos, de maneira alguma, prejudicar a visita do Sr. Presidente da República!

A Sr.ª Deputada não lê! A Sr.ª Deputada não vê nem ouve, porque, se o fizesse, não dizia o que disse.

As declarações dos dirigentes do meu partido directamente relacionadas com este assunto sempre disseram que nunca queríamos, nem ao de leve, prejudicar a visita do Sr. Presidente da República. E isso tanto é certo que a vinda dos prisioneiros estava prevista para o dia em que o Sr. Presidente partia para Angola e foi antecipada para evitar as especulações delirantes da Sr.º Deputada Zita Seabra.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Devia sabê-lo, Sr.ª Deputada! Só que os cantores da liberdade do seu partido metem a viola no saco! Os seus poetas da liberdade põem bramante nos lábios porque para vocês a liberdade é a luta das conveniências e para nós não é: é uma luta demasiado séria. O Partido Comunista não a entende porque não a vive intimamente e para ele é, sim, uma bandeira de demagogia que ostenta continuamente.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - Demagogo!

O Orador: - Srs. Deputados, não admitimos, muito menos ao Partido Comunista, que, de alguma maneira, minimize este acto patriótico e humanitário que o CDS acabou de realizar. Não admitimos porque os senhores não têm legitimidade moral nem política para aqui falarem em liberdade.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Condesso.

permitir ao vosso secretário-geral transmitir como sempre a cassette. Mesmo a propósito do problema da revisão constitucional, de vez em quando, dizia coisas que nada tinham a ver com o assunto em debate.

Aplausos do CDS. Risos do PCP.

É o costume! VV. Ex.ªs repetem sempre o mesmo, pelo que creio não terem razão para fazerem as afirmações que aqui vêm agora fazer.

Referiu também a Sr.ª Deputada Zita Seabra a questão do movimento sindical, a intensificação da luta popular. Sr.ª Deputada, lembre-se de que o 12 de Fevereiro não só nada tinha a ver com o movimento unitário, era algo da vossa correia de transmissão - a Inter -, e lembre-se de que, mesmo assim, nem sequer todos os filiados do seu partido terão aderido à greve, porque, senão, o movimento teria sido mais significativo.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Isso é que é cassette.

internas com que nos debatemos, sabe que o Governo não pode fazer muito melhor, e estamos convencidos de que, no momento actual, voltaríamos a ter a maioria.

Sr.ª Deputada, aprenda a compreender que há uma maioria nesta Assembleia e que não se pode passar a vida a falar em eleições gerais porque as eleições são para uma legislatura. Esta maioria não tem fissuras, está unida, é coerente, está a governar.

As suas afirmações não têm sentido. É, como sempre, mais uma cassette, uma afirmação que vêm fazendo sis-