existem forças políticas que abordam essa questão - é o caso da França. Mas V. Ex.ª não foi por aí e interveio, pura e simplesmente, para tentar denunciar um caso típico de assalto. Porém, também aí V. Ex.ª foi insuficiente, uma vez que não apresentou provas suficientes do assalto.
O Sr. Aquilino Ribeiro Machado (PS): - Que ideia! ...
de exercer o seu direito elementar, que era o de nomear um homem da sua plena confiança, independentemente da sua competência técnica, que estava comprovada, para presidente do conselho de gestão.
Quer V. Ex.ª abordar esta temática? Isto sim, vale a pena.
Quer V. Ex.ª abordar o problema da concepção burocratizante da antiga ideia socialista da nacionalização? V. Ex.ª sabe que é isso que está hoje em causa num país colectivista por excelência como é a União Soviética. V. Ex.ª saberá que uma das lutas internas que se observam de há 15 anos para cá na União Soviética é entre os defensores da concepção antiga e burocratizante da nacionalização e àqueles que pensam que, afinal de contas, a nacionalização não é um acto demiúrgico de melhor gestão e que é necessário introduzir elementos compensatórios da ausência do mercado, precisamente para acabar com casos de canetas de ouro e com casos como o do filho de Brejnev, dos seus devaneios de esbanjamento dos dinheiros públicos, o que, como a bancada do Partido Comunista sabe, é hoje um dos maiores escândalos sociais da União Soviética.
Aplausos do PSD e do CDS.
O Sr. Sousa Marques (PCP): - Ele tem 1 filho ou 2, Sr. Deputado?
Risos do PCP.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado João Cravinho, V. Ex.ª deseja responder já aos pedidos de esclarecimento até agora formulados?
O Sr. João Cravinho (PS): - Sr. Presidente, sem prejuízo para os outros deputados que estão inscritos, responderia agora.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Cravinho (PS): - Sr. Deputado Octávio Teixeira, estou plenamente de acordo consigo. E, neste caso, muito mais do que aquilo que poderá supor.
Efectivamente, esta política de ataque ao sector empresarial do Estado é uma política contra o sector privado, entendido na sua globalidade, como eu disse, mas é evidente que é uma política a favor de grupos. E é aqui, como tem sido em Inglaterra e noutros países. Portanto, estou de acordo consigo, quanto a isso.
Quanto ao problema do endividamente externo, que o Sr. Deputado muito bem trouxe aqui, é evidente que as empresas públicas foram compelidas, contra todas as boas regras de gestão financeira, a desequilibrar ainda mais a sua estrutura financeira.
Simplesmente, quereria apenas cingir-me a uma menção que talvez a classe política, como hoje se diz, ainda não tenha entendido. O problema do endividamento externo acabará, com certeza, com a actual base política do Governo.
Em 1983, a crise externa será de tal ordem Srs. Deputados - se não for já este ano -, que o governo AD não se aguentará porque não tem base política sustentável. Mas nem sequer vou discutir o assunto.
O problema está em saber que base política será capaz de gerir a crise que, pelo endividamento externo, os senhores instalaram neste país. E só agora é que se preocupam com isso porque vêem cair-lhes em cima uma tal montanha que não foram capazes de prever e pela qua? certamente serão soterrados. E merecem-no! Pena é que arrastem o País para a crise mais grave que o País teve desde Abril de 1974.
Aplausos do PS, do PCP, da UEDS e do MDP/CDE.
A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Sabe perfeitamente que não fomos nós que instalámos a crise!
O Orador: - Sr.ª Deputada, ofereço apenas a evidência da própria incapacidade da AD em controlar a sua crise interna e as suas disputas sobre, esta matéria.
Vozes do PS e do PCP: - Muito bem!
O Orador - Não adiantarei, mas, se me quiser fazer uma interpelação, terei o maior gosto em lhe responder - 3 minutos chegam -, para citar intervenções de altos dirigentes da AD uns contra os outros.
Se me der esse prazer, aqui fica o repto.
A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Está a desviar-se do assunto.
O Orador: - Quanto ao Sr. Deputado Silva Marques, não é, de facto, possível abordar toda a temática que abordou, passando por Brejnev, cuja existência do filho eu ignorava. Portanto, limito-me a falar do tema concreto que nos preocupa hoje. É o problema da partilha entre sector público e privado,