caixas não compensa a taxa dos 25$. Por isso mesmo é que o Ministério, como já ouviram várias vezes, se propõe criar a automedicação de uma série de medicamentos que ficam excluídos dessa situação, isto é, de beneficiarem da diminuição em percentagem do seu preço e que, portanto, não estarão automaticamente dentro destas taxas.

Assim, esses medicamentos muito baratos, que ficariam muito mais caros por causa das taxas, deixam de o ser, porque a eles não se aplicará a taxa.

O Sr. Gomes Carneiro (PS): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Sr. Deputado, pode interromper-me de uma forma breve, senão depois tiram-me a sequência das minhas palavras.

O Sr. Gomes Carneiro (PS): -Sr. Deputado, é para desfazer um equívoco seu.

A automedicação não é função do preço do custo dos medicamentos, que eu saiba. Um medicamento pode ser de automedicação e custar mais de 31$, o que não acontece por acaso, em 95 % dos casos da listagem que tenho, e isso por razões económicas, e pode custar 2$50 e não ser passível de automedicação, como o Sr. Deputado sabe muito bem.

que a vão tornar de difícil estabelecimento. O Sr. Deputado sabe perfeitamente que, uma vez aumentado o número de operações realizadas no hospital, também, por outro lado, se vai aumentar o número de internamentos. De qualquer maneira, a política actual do Ministério dos Assuntos Sociais condiz com aquilo que V. Ex.ª referiu, e eu estou necessariamente de acordo que tudo Quanto se fizer para um melhor aproveitamento de todas as instalações é benéfico para todos.

Também queria dizer que não afirmei que não havia condições para lançar agora o Serviço Nacional de Saúde. Não disse isso. O que eu disse é que entendia que agora ainda não era possível lançar um Serviço Nacional de Saúde inteiramente grátis. Comparei com o que foi feito há quatro anos, dizendo que naquela altura havia umas taxas com outra filosofia Que não esta - contudo, quem ia ao médico

tinha que pagar - e com as quais concordei, do mesmo modo que acho aceitável, perante a Constituição, que as actuais t axas continuem a existir.

Quanto à medicina convencionada, as afirmações feitas pelo Sr. Ministro -o Sr. Deputado disse-o, e muito bem - foram feitas depois de ele entrar no Ministério. Cada um de nós tem uma visão dos assuntos conforme a posição em que está. Eu aceito perfeitamente a explicação do Sr. Ministro, mas devo dizer que ainda não entrei no Ministério. De qualquer modo, dou o meu apoio ao Sr. Ministro, e é com os olhos dele que eu hoje em dia vejo a medicina convencionada sem dinheiro é coisa que se não pode fazer. V. Ex.ª sabe muito bem que isto deu azo a grandes discussões com a Ordem. As contas apresentadas por esta não correspondem às do Sr. Ministro. Com certeza que ambos dizem que as contas dos outros estão erradas; a Ordem, inclusivamente, diz que o preço é muito mais reduzido do que aquele que foi apresentado pelo Ministério. Necessariamente que eu acredito no que o Ministério diz, e nesta altura ponho algumas dúvidas, não quanto à honorabilidade de quem está na Ordem, mas quanto à correcta visualização do assunto, já que os elementos da Ordem não estão no Ministério.

Aplausos do CDS.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP):- Oh, diabo! ...

O Sr. Presidente: - Também para um pedido de esclarecimento tem a palavra o Sr. Deputado António Arnaut.

O Sr. António Arnaut (PS): - Sr. Presidente, verifico com grande mágoa o desinteresse e profundo alheamento com que alguns senhores deputados estão a seguir este debate, que é um debate que muito interessa ao povo português. V. Ex.ª pode verificar neste momento nas bancadas da AD a postura ...

Vozes do PSP: - Olhe a sua bancada!

O Orador: - O único deputado da bancada do PS que está levantado é um deputado do PSD!

Risos do PS e protestos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Desculpe-me a interrupção, Sr. Deputado, mas a Mesa pensa que havia condições para que a intervenção do Sr. Deputado, embora houvesse alguns senhores deputados em pé, pudesse ser ouvida.

Contudo, chamo a atenção da Câmara, no sentido de prestarem ao senhor deputado orador a atenção devida.

Faça o favor de continuar, Sr. Deputado António Arnaut.

O Orador: - Sr. Presidente, o agastamento com que os senhores deputados da AD reagiram é a prova da crítica fundada que lhes fiz

Protestos do PSD.

É que se tem verificado um completo alheamento desta discussão por banda da maior parte dos deputados da AD.

Protestos do PSD.