O Sr. Presidente: - Concedo a interrupção, mas sem que eu admita que não estão criadas as condições de trabalho necessárias. Se assim não acontecesse, a Mesa já teria suspendido a sessão.

O Sr. Carlos Robalo (CDS):- Sr. Presidente, se me dá licença, eu não discutirei isso com V. Ex.ª, até pelo respeito que, quer V. Ex.ª, pessoalmente, quer o cargo que V. Ex.ª neste momento desempenha, me merecem.

O Sr. Presidente:- Está suspensa a sessão, Srs. Deputados.

Eram 13 horas e 10 minutos,

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 13 horas e 20 minutos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): -Sr. Presidente, interpus recurso da decisão de V. Ex.ª, porque entendi que me devia defender quando o Sr. Deputado António Arnaut disse, entre outras coisas, que nós tínhamos aprendido a democracia com o 25 de Abril e que não tínhamos feito sacrifícios pela resistência. Ò Sr. Deputado António Arnaut não tem o direito de dizer isso. Eu nunca o encontrei nas lutas antifascistas e a mim toda a gente me encontrou durante 30 anos.

Protestos do PS.

Aplausos de alguns deputados do PSD e do CDS.

Mas só queria explicar ao Sr. Carlos Brito que eu tinha razão para interpor recurso. Tinha razão para interpor recurso sobre isso e sobre outras coisas.

Mas o inqualificável procedimento do Sr. Deputado António Arnaut ficará no Diário da Assembleia e terá as consequências necessárias. Neste momento retiro o recurso por uma questão de celeridade dos trabalhos e para se poder proceder à votação.

Vozes do PSD: -Muito bem!

O Sr. António Arnaut (PS): - Dá-me licença, Sr. Presidente? É para defender a minha honra, mas defendo-a facilmente em 30 segundos.

O Sr. Presidente:- Sr. Deputado, se não concedi a palavra ao Sr. Deputado Sousa Tavares ...

O Sr. António Arnaut (PS): - Mas tem de ma conceder a mim, Sr. Presidente, e só lhe peço 30 segundos.

O Sr. Presidente: - Não, não tenho. Agora não lhe posso conceder a palavra. Não posso usar dois critérios diferentes.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Quero interpelar a Mesa agora mesmo..

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - O Sr. Presidenta não concedeu a palavra ao Sr. Deputado Sousa Tavares. É verdade. Mas deixou-o usar da palavra, que é exactamente a mesma coisa. E, nesse quadro, o Sr. Deputado António Arnaut tem todo o direito de usar da palavra.

Aplausos da UEDS, do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Arnaut.

O Sr. António Arnaut (PS):- São só 30 segundos para encerrar este lamentável incidente.

A ofensa é tão profunda pelas palavras proferidas pelos Srs. Deputados Jaime Ramos e Sousa Tavares, que eu só voltarei a reatar relações com eles se me pedirem publicamente desculpa.

Aplausos do PS, do PCP e da UEDS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Mário Tomé para que efeito deseja usar da palavra?

O Sr. Mário Tomé (UDP): -Sr. Presidente, a UDP não pode deixar de intervir no debate sobre as taxas moderadoras e sobre os medicamentos, apesar do consenso que se estabeleceu.

O que se passou hoje aqui é que na última meia hora se tem estado num processo totalmente fora da ordem do dia, e a UDP não pode deixar de fazer notar a sua posição sobre este problema. Qualquer solução que se arranje tem de permitir à UDP apresentar a sua posição.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado tem de resolver esse problema através de declaração ide voto, visto que a situação da UDP não é original. O PSD também não interveio nesta discussão, e temos de nos submeter à reunião dos líderes.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Mas, Sr. Presidente, o que se passou aqui é totalmente marginal ao consenso que se estabeleceu. O consenso era que se votaria às 13 horas, dentro de um processo normal dos trabalhos. Estamos num processo totalmente à margem e a UDP não pode ser impedida de colocar a sua posição.

O Sr. Presidente: - O problema que o Sr. Deputado põe pode até nem ser problema se o requerimento do PS for eventualmente aprovado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Mas, Sr. Presidente, o Regimento concede à UDP o direito de intervir no debate, e não é este processo que o pode impedir.

O Sr. Presidente: - Vai ser lido o requerimento.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Presidente, pretendo interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - O Sr. Deputado Mário Tomé não pode ser lesado nos seus direitos