ua opinião acerca da entrada de um qualquer pais para o Pacto de Varsóvia, por exemplo. Podia dizer nomes, mas não vale a pena. Pensa o Sr. Ministro que isso também era um bom caminho para a dissolução dos blocos político-militares e para a política de desanuviamento e desarmamento que pugnamos? É essa a questão que colocámos.

Como não colocámos outra questão, não podemos aceitar a sua resposta, nem podemos aceitar que o Sr. Ministro confunda as questões que colocámos com outras colocadas por outros deputados, nomeadamente pelo Sr. Deputado Mário Tomé, que também tem o direito de colocar as questões que quiser e de ter as opiniões que quiser acerca desta matéria e que, em alguns aspectos, como se sabe, são diferentes da nossa.

O Sr. Ministro pode vir para este debate com determinado estado de espírito, com alguns preconceitos face à minha bancada. Contudo, temos que lhe chamar a atenção no sentido de que estamos aqui legitimamente a exercer um direito legítimo. Fomos eleitos em eleições democráticas e temos toda a legitimidade de colocar questões e solicitar ao Governo que nos sejam dadas respostas.

Há pouco perguntei ao Sr. Ministro se aquela questão simples de que é melhor para Portugal a Espanha entrar na NATO, porque assim Portugal pode controlar melhor as relações bilaterais entre a Espanha e os Estados Unidos, se pode extrapolar para outros países e perguntei que outros países. Face a estas perguntas o Sr. Ministro não respondeu.

Ainda a propósito de Espanha, o Sr. Ministro referiu declarações do Ministro das Relações Exteriores de Espanha. Foi ou não V. Ex.ª que telefonou ao Sr. Ministro das Relações Exteriores de Espanha pedindo que ele fizesse essas declarações para V. Ex.ª poder, aqui, em Portugal, dar cobertura, com essas declarações, ao trabalho que o Governo não realizou de esclarecimento de opinião pública portuguesa?

O Sr. Cosias Robalo (CDS): - Isto é escutai Isso não nos surpreende; o que nos surpreende é o descaramento!

O Orador: - O Sr. Ministro está-se a sorrir e alguns deputados da AD estão a protestar, mas o facto que lhe estou a colocar é do nosso conhecimento e do de outras pessoas. Gostaríamos, pois, que o Sr. Ministro respondesse a isso.

O Sr. Presidente: - Não sei se o Sr. Ministro pretende responder já?

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros: -

Sr. Presidente, gostaria apenas de dizer que, quanto à última questão, eu não telefonei ao Sr. Ministro das Relações Exteriores de Espanha. E se o Sr. Deputado Sousa Marques tem acesso às comunicações telefónicas do Ministério dos Negócios Estrangeiros poderá verificá-lo.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carreira Marques.

rtuguês e o Governo Espanhol. Face a isso, perguntei-lhe concretamente de que acordo se tratava, porque a Assembleia da República desconhece-o. Que negociações?

Mais: foi-lhe perguntado se as negociações que o Governo Português tem levado a cabo com o Governo Espanhol tiveram também uma englobante, uma envolvente, um enquadramento mais vasto do que o sector militar, nomeadamente no plano económico, no do ambiente, no social, etc. Em relação a isto o Sr. Ministro não respondeu e pretendeu reduzir falsamente a questão - e desculpe-me por dizer isso - a uma questão que está só na sua cabeça como preconceito.

Vozeado PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - De acordo com o consenso estabelecido, está a decorrer a votação para o representante na Assembleia do Conselho da Europa. Em todo o caso, a uma vai estar aberta, pelo menos até às 17 horas. Não há, pois, necessidade de que os Srs. Deputados se aglomerem, sendo certo também que essa aglomeração prejudica o decurso do debate. Agradecia que todos tivéssemos isso em atenção.

Tem a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, se bem se recorda, foi V. Ex.ª que iniciou o debate desta questão. A sua primeira intervenção foi também, por coincidência, a primeira intervenção sobre esta questão nesta Assembleia. Não é, pois, lícito extrair ilações sobre se está ou não em causa o mérito ou o desmérito da adesão da Espanha ao Tratado do Atlântico Norte. O que está em causa -e é isso que