balho, ao desemprego, à alimentação, à saúde (com as taxas terríveis que foram lançadas sobre os cuidados médicos e sobre os medicamentos), pergunto se a AD, que foi para o Governo na base de determinadas promessas de melhoria das condições de vida dos Portugueses, ainda tem legitimidade para lá estar.

Não tem, Sr. Deputado, porque a legitimidade que foi dada pelo voto é retirada pela actuação da AD, que é contrária àquilo que prometeu quando pediu o voto aos portugueses. Esta é a questão fundamental.

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - Não estudou a Constituição!

O Orador: - Falou aqui dos países de Leste. Não tenho nada a ver com isso. Não sei a que propósito falou nisso. Deve ter sido para preencher o tempo de 3 minutos que lhe estava reservado. Não tenho nada a ver com isso...

O Sr. Fernando Condesso (PSD): - Então a Albânia, Sr. Deputado?

O Orador: - ..., mas sempre lhe quero dizer que se os burocratas de lá são privilegiados, são iguais aos daqui, aos que aqui dominam a sociedade, aos que hoje estão na AD.

Diz o Sr. Deputado que em todas as sociedade há sempre quem seja mais desfavorecido e que a crise, obviamente, tem de ser suportada por esses. Sr. Deputado Fernando Condesso, o 25 de Abril fez-se exactamente pensando nesses a quem os senhores chamam de mais desfavorecidos e a quem eu chamo explorados.

Foi a pensar neles que se fez o 25 de Abril. A partir do momento em que esses não são contemplados, encontrando-se na situação em que se encontram, tenho a dizer que o 25 de Abril não está a ser cumprido e que os senhores são responsáveis por esse não cumprimento. É preciso modificar esta situação. É preciso retomar de novo os caminhos abertos com o 25 de Abril.

Só quero recordar, para concluir, o que me dizia um trabalhador do Casino Estoril...

Risos do PSD.

Uma voz do PSD: - Ah, também vai ao Casino Estoril!?

O Orador: - Não, Srs. Deputados. Estejam descansados, porque quando vou ao Casino Estoril, vou para junto da comissão de trabalhadores. Não vou para onde os senhores costumam ir.

Risas do PSD.

Dizia-me assim - não sei se nesse dia os senhores lá estariam ... - um trabalhador da comissão de trabalhadores do Casino Estoril: «Esses gajos que vêm para ali, quando falam em crise, encomendam logo uma lagosta».

Uma voz do PS: - Muito bem!

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, encerrado o período de antes da ordem do dia ...

O Sr. Menezes Falcão (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito pede a palavra, Sr. Deputado?

O Sr. Menezes Falcão (CDS): - Sr. Presidente, para informar V. Ex.ª de que se encontra na sala do Grupo Parlamentar do CDS uma representação dos parlamentares franceses e de que tínhamos todo o interesse em que a recepção aos parlamentares fosse feita com toda a dignidade. Por isso pedia a V. Ex.ª que nos concedesse, ao abrigo das disposições regimentais, uma interrupção por 30 minutos.

O Sr. Presidente: - O pedido é regimental. Está concedido.

Protestos do PS, do PCP e da UDP.

O Sr. Presidente: - Está suspensa a sessão.

Eram 11 horas e 40 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está aberta a sessão.

Eram 12 horas e 10 minutos.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor. Sr. Deputado.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Temos previsto para a ordem do dia de hoje, entre outras coisas, a discussão e votação do projecto de lei n.º 209/II, sobre a criação do concelho de Vizela. É um diploma que já se encontra na Assembleia há suficiente tempo para ser conhecido; foi, por acréscimo, marcado pelo partido proponente e não pode, obviamente, estar sujeito a ser afastado da nossa ordem de trabalhos por manobras dilatórias...

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. António Moniz (PPM): - O que o Sr. Deputado está a fazer é que é uma manobra dilatória!

O Orador: - ... que não são claramente justificadas e que correspondem ao uso desviado dos poderes regimentais.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Deste modo, não estamos dispostos a fraudar nem a Assembleia nem muito menos os mais de um milhar de vizelenses que vieram à Assembleia para ver consagrada a criação do seu concelho.

Aplausos do PCP, do PS, da UEDS, da UDP e de algumas pessoas que se encontravam nas galerias.