Portanto, hão-se compreender que não é possível à Mesa continuar com esta sessão para além da hora regimental.

O Sr. José Luis Numes (PS): - Sr. Presidente, peço imensa desculpa, mas V. Ex.ª já tinha anunciado minha inscrição anteriormente à de outros Srs. Deputados e agora compreendo por que motivo a coloca no fim.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer uma interpelação à Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, é manifesto que a reunião que tinha sido marcada pelo PPM para discussão e votação do projecto de lei relativo à criação do concelho de Vizela foi defraudada.

É igualmente manifesto que foi também defraudado, não só um direito do partido, como o próprio funcionamento da Assembleia da República, e é manifesto que essa fraude foi cometida pelo uso desviado de direitos regimentais.

Portanto, a interpelação que faço ao Sr. Presidente é no sentido de saber que providências pensa V. Ex.ª tomar para que na próxima sessão seja votado o projecto de lei relativo à criação do concelho de Vizela.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, também, gostaria de requerer desde já ao Sr. Presidente que convoque uma reunião dos grupos parlamentares para organizar a sessão da próxima terça-feira, incluindo, antes de tudo, a criação do concelho de Vizela na ordem de trabalhos.

Aplausos do PCP, do PS, do PPM, da ASDI, da UEDS, do MDP/CDE e da UDP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Veiga de Oliveira, as providências que a Mesa vai tomar são as que resultarem da reunião dos lideres dos grupos parlamentares.

Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé, mas devo informá-lo de que só admitirei interpelações à Mesa como aquela que o Sr. Deputado Veiga de Oliveira acabou de fazer.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, V. Ex.ª fez uma interpelação à Mesa. Portanto, vou responder-lhe.

O Orador: - Sr. Presidente, gostaria só de concluir o meu pensamento.

Portanto, como estava a dizer, a AD não quer assumir politicamente as suas posições. O Sr. Deputado Sousa Tavares disse que a oposição estava a fazer aproveitamento político. Ora, quando a oposição defende os interesses das populações e do povo português, não se pode tolerar que a AD diga que está a fazer aproveitamento político. A oposição está a levar em frente a sua política ...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a sua interpelação está feita e em relação a ela devo dizer-lhe que a visita dos parlamentares franceses estava programada; estava igualmente programada uma reunião de trabalhos; um encontro privado com vários grupos parlamentares e, tudo isso, é do conhecimento de todos há já algum tempo.

Tem a palavra o Sr. Deputado Herberto Goulart, mas também lhe chamo a atenção para o facto de que V. Ex.ª só se vai pronunciar em relação a alguma interpelação à Mesa que queira fazer.

O Sr. Herberto Goulart (MDP/CDE): - Sr. Presidente, em primeiro lugar queria fazer uma justificação pelo facto de faltar um deputado do MDP/CDE e, portanto, só estar eu presente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queira desculpar-me mas já estamos tão longe da hora regimental que não posso se não ser um pouco rigoroso no uso das figuras parlamentares. Se o Sr. Deputado quer fazer uma interpelação à Mesa fará o favor de a fazer, mas mais nada.

O Orador: - Aceito a limitação de palavra que V. Ex.ª me faz e faço só referência de que estou aqui já depois da hora regimental, prejudicando a intervenção do MDP/CDE em outras actividades parlamentares, pois o meu partido entende ser necessário apoiar esta justa reivindicação da população de Vizela.

Gostaria de perguntar à Mesa se esta votação no Plenário não foi prejudicada pelo facto de só entre os partidos do PSD e do CDS faltarem neste momento mais de 90 deputados.