sés dos povos que lutam contra o colonialismo e o imperialismo, aos interesses da classe operária que nos países capitalistas ainda luta contra a exploração. Não aceitamos que seja travada a luta pela paz e pelo desarmamento com o argumento de que essa luta prejudica a luta dos povos, assim como não aceitamos travar a luta dos povos, e particularmente a luta do povo português, por uma sociedade melhor e diferente da sociedade pela qual nós lutamos com o argumento de que essa luta pode prejudicar a luta mais geral de todos os povos do mundo pela paz.

No fundo, era essa a mensagem que nós hoje trazíamos a esta Assembleia. A nossa intenção era, aqui nesta Assembleia, aproveitarmos algum tempo disponível para, com a nossa voz, darmos mais força à opinião pública mundial, com a nossa voz enfraquecermos aqueles que prosseguem uma política de corrida aos armamentos, uma política belicista e agressiva, que é contra os interesses de todos os povos do mundo, estejam eles onde estiverem.

Aplausos do PCP.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito. Sr. Deputado?

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Apenas queria responder a uma nota que foi dada pelo Sr. Deputado Sousa Marques.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Deputado Sousa Marques, nós não interviemos na discussão porque ela foi posta em termos que não vale a pena estarmos a discuti-los. Quer dizer, não vale a pena estarmos a discutir o problema do desarmamento dadas as concepções integralmente diferentes que temos porque para nós o desarmamento significa um desarmamento de todos os lados, enquanto que para o Partido Comunista é o desarmamento de um só lado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, a discussão e a conversa não são possíveis.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - A instalação de armas .nucleares em Portugal é que é o desarmamento para vocês!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Sousa Tavares, entendo que isso foi uma forma de protestar e, assim, pergunto ao Sr. Deputado Sousa Marques se pretende contraprotestar.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Sr. Deputado Sousa Tavares, V. Ex.ª não ouviu grande parte da minha intervenção porque não se encontrava na Sala. Portanto, perante isto, pergunto como é que o Sr. Deputado Sousa Tavares pôde fazer o protesto que fez, a menos que o Sr. Deputado Manuel Pereira lhe tenha soprado ao ouvido...

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra só para responder ao Sr. Deputado Sousa Marques.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço muita desculpa, mas não pode.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - É que é inacreditável! Para mal dos meus pecados ouvi tudo quanto o Sr. Deputado Sousa Marques disse.

Risos do PSD e do CDS.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, peço a palavra para um protesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

com as outras reivindicações políticas, nomeadamente o derrube do Governo e o prosseguimento da luta antifascista e anticapitalista, a reivindicação da saída imediata de Portugal da N ATO.

Essa é uma reivindicação fundamental dos trabalhadores da classe operária, e se ela não é posta à classe operária para que ela a assuma como sua, a consciência anti-imperialista e internacionalista da classe operária baixa e o seu único contributo decisivo para a paz e para o desarmamento ficará debilitado e não terá efeito.

Portanto, a questão fundamental que coloco é se não se deve desde já inscrever nas reivindicações de todos os trabalhadores portugueses e de todo o mundo - mas no nosso caso nas reivindicações dos portugueses - a exigência da saída de Portugal da NATO para não colaborar nas corridas armamentistas, no bloco imperialista e agressivo da NATO.

É esta a questão fundamental.

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Marques, se assim o desejar.