O Ministro Street considerou haver diferenças entre a situação de Timor e as das Malvinas ou Namíbia.

II - Parlamento e senadores:

Os aspectos mais importantes destes encontros: trocas de informações sobre a situação actual em Timor-Leste, possibilidade de os Timorenses emigrarem, sobre os direitos humanos, sobre a situação da fome... Um ponto a realçar é o de que a Comissão de Inquérito do Senado, que iniciou os seus trabalhos em Março de 1982, iria no dia l de Setembro ouvir membros da comunidade timorense em Darwin e estava na fase inicial dos trabalhos preparatórios do relatório que iria ser entregue no Senado, abrindo-se então o prazo para que o Governo emitisse a sua opinião sobre as conclusões, após o que aquele órgão deliberaria sobre os textos existentes.

Conclusões principais: Partido Trabalhista: Discorda da posição do Governo australiano sobre a questão de Timor-Leste;

2) Tem uma moção aprovada no seu Congresso em Julho de 1982 onde «reconhece o inalienável direito dos Timorenses à sua autodeterminação e independência, condena e rejeita o reconhecimento do Governo Australiano de anexação pela Indonésia de Timor-Leste»;

3) Uma vitória dos trabalhistas nas próximas eleições gerais, que se realizarão até Novembro do próximo ano, significará sempre uma profunda alteração na posição australiana nesta questão;

4) Reconhece existir vontade dos Timorenses em se autodeterminarem. Apoia a causa timorense contra a Indonésia e julga ser essa a posição largamente maioritária na opinião pública do país;

2) Como apoio activo já boicotaram carga e descarga de barcos indonésios ou para a Indonésia nos portos australianos;

3) Não exclui a possibilidade de empreender acções a nível internacional e admite mesmo vir a propor aos sindicatos portugueses que force na discussão sobre Timor-Leste na próxima conferência da OIT. Encontros com diversas associações e grupos de australianos envolvidos no apoio aos Timorenses. No decorrer da sua digressão pela Austrália, a delegação parlamentar teve a oportunidade de se avistar com inúmeros representantes de associações e grupos solidários com os timorenses, tendo ficado com a impressão de que é grande o número de pessoas, entre as quais muitas católicas, que se dedicam a uma actividade relacionada com o auxílio aos timorenses.

Um desses encontros foi com um padre católico em Camberra que leu passagens de um relatório alegadamente enviado por outros padres vivendo em Timor--Leste. Nele se fazia referência a:

Perseguição a alguns padres;

Construção de aldeamentos, obrigando-se timorenses a viver fora dos locais onde habitavam;

Ataques da Fretilin em Maio deste ano;

Existência de aldeias com muitos velhos e órfãos;

Existência de 3000 a 4000 presos na Ilha de Ataúro;

Tentativas do Governo Indonésio através do início das transmissões de televisão e da construção de estradas - onde timorenses são obrigados a trabalhar- para conquistar as populações.

A delegação realizou em 27 de Agosto uma conferência de imprensa no edifício do Parlamento Federal que contou com a presença de 2 canais de televisão, da rádio e de jornalistas dos principais jornais australianos e da imprensa estrangeira. As principais perguntas dirigidas diziam respeito à conversa tida nessa manhã com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, à nossa análise da posição australiana, à recusa de visto de entrada ao dirigente da Fretilin José Ramos Horta, à próxima proposta portuguesa nas Nações Unidas, a informações sobre a situação em Timor e à possibilidade da delegação visitar Timor-Leste.

Uma desenvolvida reportagem sobre a conferência de imprensa foi transmitida pelo menos num dos principais noticiários da televisão, tendo a rádio noticiado igualmente a conferência de imprensa em vários dos seus noticiários. Vários jornais publicaram também noticias sobre a conferência de imprensa.

A delegação portuguesa deu também entrevistas a jornais em Sid ney, em Melbourne (The Age) e em Darwin (The Nt News).

Conclusões gerais: Na Austrália o problema de Timor assume