maior partido português e o Primeiro-Ministro cuja acção os Portugueses ainda hoje mais reconhecem.

Por último, uma palavra para Snu Abecassis, símbolo de outra faceta inolvidável da extraordinária personalidade de Sá Carneiro, e para Manuela Amaro da Costa, bem como para Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa, cujas memórias também merecem sempre - e sempre deveriam ter merecido - igual e profundo respeito.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: nesta declaração pretendemos, acima de tudo, invocar um exemplo de coerência, de determinação e de firmeza na prossecução dos objectivos no caso daqueles que a maioria eleita pelo povo português deve tomar, indeclinavelmente, como seus, até que os compromissos assumidos sejam realizados.

Nesta evocação pretendeu o PSD homenagear as vítimas do ainda obscuro desastre de Camarate, uma homenagem que é saudade feita força a pensar no futuro de Portugal.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Borges de Carvalho.

O Sr. Borges de Carvalho (PPM): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra para, em nome da minha bancada, me associar à homenagem aqui prestada hoje pelo PSD e pelo CDS à memória de Francisco Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e daqueles que com eles perderam a vida no trágico 4 de Dezembro.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: esses homens eram notáveis entre todos porque souberam, com galhardia, com inteligência e com coragem, defender as suas ideias, defender ideais políticos e democráticos que em grande parte são também os da minha bancada, são também os nossos. Foram homens que souberam abater bandeiras nas suas próprias formações partidárias para criar uma realidade política nova e oferecer ao eleitorado uma alternativa que o galvanizou e que criou na democracia portuguesa uma situação de estabilidade que até aí não tinha sido conseguida. Foram homens que souberam dizer aos Portugueses da necessidade da criação de uma democracia não tutelada, da indesmentível necessidade de criar para Portugal um regime que fosse integralmente democrático.

Esses homens que hoje homenageamos fazem falta à maioria, fazem falta aos seus partidos, porque eram dos seus mais destacados e mais qualificados líderes. Mas, posso dizê-lo, fazem falta também à oposição. Fazem falta também à oposição porque a oposição, qualquer oposição, só se dignifica e engrandece quanto melhores e quanto mais qualificados forem os seus adversários. Fazem falta, finalmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, ao regime democrático em Portugal porque eram dos seus melhores e maiores defensores.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o 4 de Dezembro será sempre para nós recordado como um dia triste. Triste para a Aliança Democrática, triste para o PPM, triste para o País, triste para o regime. Mas se algo nos resta nesta tristeza que possa conduzir-nos a algo que não seja só tristeza, é o seu exemplo. Exemplo de como se pode - sem tergiversar, sem dar àqueles que são seus adversários qualquer trégua -, ser impecavelmente democrático; exemplo de como se pode fazer de si próprio e dos outros a exigência permanente e perene do respeito pelas regras democráticas.

Aplausos do PPM, do PSD e do CDS.

No decorrer desta intervenção tomou assento na bancada do Governo a Sra. Secretária de Estado Adjunta do Ministro para os Assuntos Parlamentares (Luísa Antas).

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, retomamos agora o fio da declaração política ontem produzida pelo Sr. Deputado Jerónimo de Sousa. O Sr. Deputado tinha tido 6 pedidos de esclarecimento e, portanto, tem regimentalmente direito a responder a todos eles.

Tem, pois, V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Creio que não será necessário consumir todo o tempo que regimentalmente me cabe. De qualquer forma, gostaria de dizer o seguinte: em primeiro lugar, face às perguntas e afirmações feitas pelos Srs. Deputados Carlos Lage e Manuel Alegre, do Partido Socialista, Herberto Goulart, do MDP/CDE, Magalhães Mota, da ASDI, César Oliveira, da UEDS, e Mário Tomé, da UDP, concluo que confirmam a unanimidade da oposição em considerar que Angelo Correia não tem nem ética nem moral política para ocupar o cargo de Ministro da Administração Interna.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!