balhadores quiserem procurar o meu grupo parlamentar poderão fazê-lo, pois as portas estão abertas e a sua sede é publicamente conhecida.

Penso que esta Comissão Permanente, ao debater um assunto completamente descabido, está neste momento numa situação caricata que só é permitida por uma benevolência que efectivamente, creio, põe um pouco em dúvida a solenidade da própria Comissão Permanente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Silva Marques, ^esculpe, mas nós não estamos a debater coisa nenhuma.

A presidência anunciou, muito claramente, que não aceitava e não consentiria nenhum encontro entre a Comissão Permanente, como tal, e a deputação de trabalhadores que se encontra na Assembleia. Simultaneamente, o Presidente anunciou que, imediatamente a seguir a esta reunião e porque os trabalhadores aqui se encontram, os receberá. É esta a situação. Aliás, parece-me estar estabelecido consenso sobre isto.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Mas não há consenso nenhum, Sr. Presidente. Se o Sr. Presidente permite recebê-los, isto é com o Sr. Presidente. Se os Srs.

Vice-Presidentes quiserem estar presentes, isso também é com eles, mas aqui não há consenso nenhum, porque esta discussão não tem qualquer sentido. Como é que pode haver consenso? Não há consenso nenhum.

Eu aproveitei a oportunidade para comunicar ao Sr. Deputado Mário Tomé que o Grupo Parlamentar do PSD, como possivelmente sabe, tem sede numa das alas desta Assembleia, tem funcionamento regular, e se os trabalhadores se dirigem lá, serão recebidos.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado desculpará, mas V. Ex.ª referiu que poderia estar a ser posta em causa a solenidade do funcionamento desta própria Comissão Permanente. Tenho a consciência de que ao muito claramente afirmar que eu não consentiria no encontro solicitado com a Comissão Permanente, como tal, mas que eu próprio me dispunha a receber esses trabalhadores, não comprometi a solenidade do funcionamento, que, aliás, preservei, desta Comissão Permanente - e há-de V. Ex.ª reconhecê-lo -, apenas afirmei uma disponibilidade da qual sou dono e senhor e que, em todo o caso, muito gostosamente anuncio à Comissão Permanente.

Não sei se algum senhor deputado tem mais algum assunto a tratar.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer um protesto relativamente às palavras do Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, queria dizer ao Sr. Deputado Silva Marques que eu não hesitarei entre ser recepcionista de uma comissão de trabalhadores e ser conviva do Sr. Deputado Silva Marques. Prefiro a primeira hipótese, preferi-la-ei sempre. Acho totalmente absurda, para não lhe dar outros qualificativos, a intervenção do Sr. Deputado Silva Marques.

Em segundo lugar, quero também dizer-lhe que nunca indicaria aos trabalhadores o caminho do Grupo Parlamentar do PSD, porque sei, à partida, que eles iriam lá perder tempo.

Finalmente, quero dizer que não terei qualquer problema em comunicar a resolução da Mesa aos trabalhadores. Penso, no entanto, que deverá ser a Mesa a encarregar alguém de fazer isso.

O Sr. Presidente: - Não, Sr. Deputado, a Mesa não encarrega ninguém.

A partir do momento em que o Sr. Deputado solicitou à Comissão Permanente uma reunião com os trabalhadores que vieram à Assembleia e o Presidente anunciou, com a cortesia que V. Ex.ª lhe garante, a disponibilidade em que se encontra, penso que só V. Ex.ª pode ser agora o transmissor da minha disponibilidade.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Não tenho qualquer problema, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem que ser V. Ex.ª mesmo, porque peco-lhe que considere que não deixou de pesai no meu espírito o facto de ter sido um senhor deputado, seja ele quem for e pertença ele a que grupo parlamentar pertença, a solicitar um encontro dessa natureza.

Srs. Deputados, porque parece não haver mais assuntos a tratar, está encerrada a sessão.

Eram 17 horas e 5 minutos.

Faltou à reunião o seguinte membro da Comissão: António Poppe Lopes

Cardoso (UEDS).