O Sr. Mário Tomé (UDP): - Muito bem!

O Orador: - É isso que está em causa, é um corpo não de cidadãos, mas de súbditos, o que este Governo pretende.

Vozes da ASDI, do PS, do PCP, da UEDS, do MDP/CDE e da UDP: - Muito bem!

O Orador: - Por isso a censura, por isso a manipulação, por isso o monopólio!

Sr. Presidente, Srs. Deputados: falou-se várias vezes neste debate, que era patente a não solidariedade do resto do Governo com este seu Secretário de Estado. Direi no entanto assim, porque não absolvo este Governo das votações em que se comprometeu!

Aplausos da ASDI, do PS, do PCP, da UEDS, do MDP/CDE e da UDP.

O que penso é que está a ser sugerido ao Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro para a comunicação social que, por solidariedade com o seu Governo, saia daqui e assine o seu pedido de demissão.

Vozes da ASDI e do PS: - Muito bem!

O Orador: - Essa sugestão é consigo, mas aquilo que nos diz respeito e que nos importa é que, se deste debate e com este comportamento do Governo nada acontecer, então o que este Governo põe em causa, não é só a vida parlamentar em Portugal, é a vida democrática portuguesa.

Aplausos da ASDI, do PS. do PCP, da UEDS, do MDP/CDE e da UDP.

Porque se for possível, com completa impunidade, que nada aconteça, que tudo permaneça como está que a ANOP continue «paulatinamente» a extinguir-se, que o Sr. Dr. Proença de Carvalho continue a gerir a televisão, que estes contratos com o «Notícias de Portugal» prossigam, que ninguém investigue ou averigue, que ninguém seja responsabilizado nem penalizado então a democracia, com certeza, estará a ser posta em causa pela cumplicidade, pela passividade, pelo silêncio de muitos de nós.

Aplausos da ASDI, do PS, do PCP. da UEDS, do MDP/CDE e da UDP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: estamos sobre a

nossa hora regimental e embora outros Srs. Deputados estejam inscritos para intervir, devemos, nos termos da decisão tomada na reunião dos lideres dos grupos parlamentares, interromper a sessão.

O Sr. Deputado Lopes Cardoso pretende usar da palavra para que efeito?

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Apenas para solicitar uma informação à Mesa, Sr. Presidente!

O Sr. Presidente: - Por favor, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Era para saber se o Governo está inscrito para intervir, antes do termo do debate.

O Sr. Presidente: - Neste momento não se encontra inscrito, mas a informação que tenho é a de que irá intervir, Sr. Deputado.

Vamos interromper a sessão nos termos aprovados na reunião dos líderes dos grupos parlamentares. Recomeçaremos os nossos trabalhos às 22 horas.

Eram 20 horas e 5 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, temos quorum, pelo que declaro aberta a sessão.

Eram 22 horas e 50 minutos.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Veio V. Ex.ª, Sr. Secretário de Estado, ao que creio directamente do Abu-Dhabi, para o cargo que ocupa brilhantemente no Governo - pelo menos, no princípio era para ser brilhantemente.

Risos da UEDS e do PS. Ex.ª teria vindo, a ajuizar por todo este debate, para fazer «coisas das arábias».

Risos da UEDS. do PS e do PCP.

Na verdade, tem feito «coisas das arábias», mas tão mal feitas, tão «carecas» -pois nem lhes soube pôr a «peruca» devida- que, de facto, acabou por não cumprir as promessas de brilhantismo com que veio dessas zonas do Médio Oriente para Portugal.

Queria começar a minha intervenção por lhe dizer que se fala aqui, nesta Assembleia, de comunicação social. E gostaria de trazer aqui à Câmara o exemplo mais espantoso de manipulação feita por alguém que eu acho que não é jornalista - pois só pode ser um mercenário da informação - no último telejornal das 20 horas na RTP.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Muito bem!