disso que pede que não o incomodem. O que. no fundo, o Sr. Deputado pediu foi que não o incomodassem, que o deixassem estar, porque ontem sofreu aqui uma derrota profunda.

O Sr. Santana Lopes (PSD): - E vocês fugiram com o que ganharam!

O Orador: - E o Sr. Deputado viu-se na obrigação de compensar essa derrota com a fuga à realidade, com o tentar mostrar que nada daquilo que se passou e se passa lá fora é verdade.

Risos do PSD e do CDS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Crespo.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - O Sr. Deputado tem dificuldades económicas?

Vozes do PSD e do CDS; Cala a boca! Pouco barulho!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Jagunço!

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Por outro lado, não queria deixar passar em claro que, apesar de reconhecer a existência de dificuldades económicas, isso acontece com todas as sociedades contemporâneas, quaisquer que sejam os regimes políticos em que vivam.

Parte desse facto é devido a situações que são externas ao país, particularmente a um país pequeno e de economia débil, o que não pode ser ignorado.

Reconheço também que alguns factos e dificuldades resultam da nossa própria culpa. Mas este «nossa» tem que ser lido devidamente: ele engloba as dificuldades institucionais e a falta de solidariedade - que, aliás, tem sido reconhecida - que têm dificultado a acção deste Governo e, permito-me dizer, de governos que este pais tem tido (porque o problema nem sequer é novo), designadamente os do Partido Socialista.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Em relação ao Sr. Deputado Almeida Santos - e seja-me permitida uma pequena passagem pessoal, dado o conhecimento longo que tenho do Sr. Deputado, para utilizar a terminologia característica de Westminster, my honorable friend -, queria dizer que não me surpreende a sua reacção às minhas palavras relativas à dissolução da Assembleia da República.

Disse muito claramente, e continuo a dizer, que é um facto erosivo da democracia termos dissoluções a cada momento e por qualquer razão.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É certo que, como muito bem entende o Sr. Deputado, não me referia exclusivamente à solidariedade do Partido Socialista, mas a uma solidariedade mais alargada: a de todos os órgãos de soberania do país.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Não vou, porque penso não ser este o momento oportuno, fazer uma grande passagem pelos argumentos que V. Ex.ª, Sr. Deputado Almeida Santos, referiu acerca da duplicação da dívida pública e do défice da dívida externa, porque nós teremos possibilidade de em breve discutir isso com mais profundidade. Mas também uma vez mais lhe diria que essa situação não é nova e que nem sequer é tão grave como o foi em momentos em que o seu partido tinha essa responsabilidade.

Não é verdadeira a afirmação de que a dívida pública tem vindo a crescer.

Risos do PS e do PCP.

O Sr. António Arnaut (PS): - Pois não, Sr. Deputado. Tem vindo é a galopar.

O Orador: - Julgo que basicamente corri as perguntas que foram colocadas, mas quanto ao problema da dívida pública no momento oportuno a minha bancada responderá.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.