pazes de nos assumirmos quando somos oposição ou quando somos governo relativamente a problemas que são, efectivamente, graves e para cuja solução não vi, por parte do Sr. Deputado do CDS, nenhuma tentativa? Ou seja, para as empresas que têm salários em atraso qual é, em concreto e seriamente, a solução que o CDS propõe?

Esta é que é a questão de fundo. Se as empresas com salários em atraso (empresas privadas, naturalmente) quando têm lucros não dizem que eles são para repartir com o Governo, por que é que há intervenções nesta Câmara que, falando de salários em atraso, exigem que seja o Governo a solucionar esses problemas?

Esta é uma questão que tem de ser encarada seriamente por todos nós e - perdoe-me que lhe diga -, pelo tom inicial da sua intervenção, o Sr. Deputado não o fez, ou seja, não abordou a questão de uma forma séria.

Em relação à segunda parte da sua intervenção, ela é perfeitamente justificável, pois vem da parte de um partido da oposição que se pretende assumir como alternativa, mas que, na realidade, ninguém vê como.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Alexandre Monteiro, tem V. Ex.ª a palavra.

viver neste momento?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Raul Rego.

O Sr. Raul Rego (PS):- Sr. Deputado Nogueira de Brito, na sua intervenção V. Ex.ª acentuou as divisões no interior do bloco central e do Governo e, pela forma como conduziu o seu discurso, parece-me que lhe quis contrapor a unidade da oposição, isto é, do CDS e do Partido Comunista. Será exacto, Sr. Deputado?

Aplausos do PS e do PSD.

Falando ainda em divisões, gostaria de perguntar ao Sr. Deputado se essa unidade entre a extrema-esquerda e a extrema-direita não será compensada ...

Protestos do CDS.

... pelas divisões dessa mesma extrema-direita, de que tivemos aqui ainda há poucos dias um exemplo, e disso talvez nos possa informar o Sr. Deputado Luis Beiroco ...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. José Gama (CDS): - Isso é da idade!

O Orador: - Começou o Sr. Deputado a sua intervenção, dizendo que «o Governo já não consegue esconder a grave crise económica». Pode dizer-nos, Sr. Deputado, quem foram os membros ou os apoiantes do Governo que, na campanha eleitoral ou depois dela, quiseram esconder a crise económica?

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ou será que é o Sr. Deputado Nogueira de Brito quem quer esconder aqueles que a causaram?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nogueira de Brito.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Então o PSD não diz nada? lá não está no Governo?

O Sr. Nogueira de Brito (CDS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, vou tentar responder aos pedidos de esclarecimento que me foram dirigidos por ordem cronológica.

Não me agradava muito começar pelo Sr. Deputado Octávio Cunha, e muito menos ainda pela referência que fez, mas, Sr. Deputado, depois de o ter ouvido aqui as vezes que ouvi, a única coisa que posso dizer é que lhe devolvo aquilo que para V. Ex.ª talvez seja um cumprimento: a masturbação intelectual.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Diz o Sr. Deputado Octávio Cunha - e depois disseram muitos outros Srs. Deputados -