disse que a culpa é dos outros, que sobre a democracia que existe o CDS não tem culpa nenhuma, que há uma grande crise, mas que nós cá estaremos como os autêntico salvadores da pátria, visto que S. Ex.ª o Sr. Presidente da República e o eanismo não o são, a CNARPE também não, donde a reserva moral para salvar o País da catástrofe onde a esquerda - com a manipulação de esquerda que fez- acabou por o meter será o CDS, com os desígnios que espero que não sejam da providência divina.

Vozes do CDS: - Muito bem dito!

desenvolver de uma nova AD, que certamente será com o seu antigo parceiro da AD?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não necessariamente I

O Orador: - Como é que, Sr. Deputado Azevedo Soares, explica isso tudo.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Carlos Lage pediu a palavra?

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, creio que antes da minha inscrição e mesmo antes das dos Srs. Deputados da UEDS, o Sr. Deputado José Luís Nunes tinha pedido a palavra.

Por isso, deve ser dada a palavra ao Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Sr. Vilhena de Carvalho (ASDI): - Muito bem)

O Sr. Guerreiro Norte (PSD) : - É verdade!

O Sr. Presidente: - A Mesa não se apercebeu do pedido de palavra do Sr. Deputado José Luís Nunes, do que pede desculpa.

Se o Sr.- Deputado José Luís Nunes se inscreveu, tem a palavra.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não vamos falar aqui dos exemplos dos países estrangeiros, pois aos portugueses interessa aquilo que se passa em Portugal.

Vozes do PCP: - Ah!...

relatar.

Primeiro, que se trata de um órgão independente; segundo, que se trata de um órgão equidistante em relação aos diversos partidos e às diversas correntes que dividam a Nação; terceiro, que se trata de um órgão autónomo de intervenção e decisão no poder político.

Se o CDS pensa assim, então o CDS tem um projecto institucional diferente daquele que está na Constituição da República, o que não é nenhum crime nem nenhum erro, mas ficamos a saber o que é.

Em segundo lugar, o CDS fala de «crise de esquerda» e de «crise do socialismo». Não vou entrar nessa conversa. A esquerda e o socialismo estão em crise desde que existem, o que significa que crise não é um processo destrutivo, mas um proso de transformação criadora. É um debate ideológico, que estou disposto a ter com os meus camaradas de partido, mas que acho mal que se tenha aqui na Assembleia da República.

Fala o Sr. Deputado Azevedo Soares numa coisa de uma gravidade extrema, que é o ataque à cla sse política. O ataque à classe política é uma expressão que, na melhor das hipóteses, tem um sabor tipicamente maurrasiano e que, na pior das hipóteses, é a expressão usada por certos submundos da política e do jornalismo para atacar aquilo a que se chama, impropriamente, a classe política, como algo que está separado da Nação.

Portanto, quando um partido político ataca outros partidos, ao falar na classe política, assume claramente a crítica, com as consequências decisivas, que o povo costuma afirmar numa única frase: «Quando alguém cospe para o ar, o cuspo acaba necessariamente por lhe cair em cima».

Vozes do PS e da UEDS: - Muito bem!

O Orador: - Se são classe política os que estão nesta bancada, também são classe política os nossos colegas do CDS. E à classe política só se contrapõem duas formas: o populismo da direita ou o populismo da esquerda. Entre os dois que os leve o diabo!

Vou utilizar, depois da resposta do Sr. Deputado Azevedo Soares, a figura do protesto - desde já o aviso -, porque tenho mais coisas a dizer.

Uma dessas é a questão do «despudorado negócio» em que se discute quem é o Presidente da República