mos defendido e sempre neles temos participado.

Hoje estamos a propor esses acordos; esperamos ver, para a semana, qual é a resposta do Sr. Deputado.

Quanto à classe política, assumamos todas as nossas responsabilidades. Aquilo que referi foi que a classe política já não é dirigente e que se transformou em

classe política de analistas. Isto porque exactamente não assumem essas responsabilidades - e quem tem de as assumir em primeiro lugar é quem tenha responsabilidade de governar, dirigir e administrar o País. Essa responsabilidade, a não ser que a enjeite, é a do PS e a do PSD. E é exactamente nesses partidos que temos ouvido sistematicamente dirigentes políticos, que se colocam como se não tivessem nada a ver com o poder que exercem e com a responsabilidade que detêm, criticarem tudo, destruírem tudo e cruzarem as suas próprias posições, como se nada fosse a ver com eles.

Aplausos do CDS.

É este o espírito de demissão de responsabilidades que não é aceitável num regime político democrático normal. Assumam e definam posições, mas tirem então todas as consequências das posições que publicamente defendem.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Luís Nunes pediu a palavra para que efeito?

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, é para formular um protesto, que é a única forma que tenho de intervir neste debate.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes, vou-lhe conceder a palavra, embora já tenhamos terminado o período de antes da ordem do dia, sobre

o qual estava decidido não haver prolongamento, para terminar este debate com o Sr. Deputado Azevedo Soares. Os outros Srs. Deputados ficam inscritos para

a próxima sessão em que houver período de antes da ordem do dia.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero manifestar desde já a VV. Ex.ªs a minha frustração, frustração que tem mais a ver

comigo do que com a Câmara, porque é regimental, em que, quando aparece um assunto verdadeiramente importante, ele não pode ser discutido.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - A culpa é da Câmara e do Regimento; não é de V. Ex.ª nem de nenhum de nós, a não ser na medida em que não somos capazes, de o modificar.

Aplausos do PSD e do CDS.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Com esta revisão do Regimento vai ficar pior!

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Nem Belém nem São Bento!

O Orador: - Ouvi agora alguém do PCP dizer que «nem Belém nem São Bento». Se se ouvisse daquela banda este tipo de críticas, perceber-se-ia porquê; ouvi-las da sua bancada, para além de tudo o resto, parece-me negativo.

Diz o Sr. Deputado que a classe política já não é dirigente, mas analista. A classe política não é analista. Quem faz análises geralmente são membros que estão fora da classe política no activo. Fico-me por aqui.

Mas o que se passa é que, em relação ao problema da autoridade e do Governo, o meu partido e eu próprio temos sido daqueles que defendem o princípio da autoridade. Não compreendo de forma nenhuma a demissão. Lembro-me do que dizia o general De Gaulle quando chamava a atenção para o facto de que na oposição importa enfrentar corajosamente os poderes públicos, mas estar sempre alheio às pressões de rua e às paixões desencadeadas. Por torto o lado temos procurado estar acima e contra as pressões de rua e as paixões desencadeadas. O Sr. Deputa vida política nacional. Desejo esse mesmo inêxito a V. Ex.ª, não pelas suas qualidades pessoais, que são inquestionáveis, mas pelo bem do nosso pais e da democracia.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.