Parece que não há acordo neste sentido. Tem a palavra o Sr. Deputado José Vitorino.

O Sr. José Vitorino (PSD): - Sr. Presidente, pretendo apenas manifestar o meu acordo com a sugestão do Grupo Parlamentar do PS, ou seja, manifestar o nosso desacordo para com a proposta feita pelo PCP no sentido de se conceder mais tempo a cada grupo parlamentar.

O Sr. Presidente: - Nesse caso, Sr. Deputado José Vitorino, quanto tempo cede o seu grupo parlamentar?

O Sr. José Vitorino (PSD): - Sr. Presidente, o PSD cederá tempo aos grupos parlamentares que entender, designadamente cederá l minuto ao PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não havendo acordo, tem a palavra o Sr. Deputado Hasse Ferreira para uma intervenção, para a qual dispõe de 3 minutos.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os agentes económicos privados, os sindicatos, os investidores estrangeiros de que tanto se fala, os pequenos e médios empresários, precisam de saber quais são as linhas com que se cosem, qual é o quadro de referência, qual a necessidade de um plano, ainda que este seja claramente orientado para destruir o sector público, tal como os Srs. Deputados quereriam. Mas é preciso que se saiba com que linhas é que se cose.

Uma das questões em que as confederações patronais alguma razão terão -e embora sendo eu deputado de um partido de esquerda não o posso deixar de reconhecer - é o facto de não ser claro o quadro da actividade económica. Portanto, o problema não é o quadro constítucional, que é claro, mas sim, o problema do quadro da actividade económica, é a ausência dos planos, nomeadamente do plano anual e da não existência do plano de recuperação económico-financeira.

Assim, é perfeitamente compatível, como demonstra a experiência da maior parte dos países e uropeus - peço perdão a alguns dos presentes e dos ausentes por os citar -, o funcionamento de largos sectores de economia de mercado com a existência de um plano. A não ser que defendamos o retorno ao capitalismo selvagem.

Para terminar, passarei a usar de 1 minuto da ASDI - com o seu acordo.

Risos da UEDS, do PS e do PCP.

Eu assegurei-me do acordo da ASDI. Portanto, não se trata de uma brincadeira.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o tempo está a contar, mesmo o minuto cedido pela ASDI.

O Orador: - Sr. Presidente, quando há perto de mim comentários tão em voz alta que eu próprio não me ouço é evidente que tenho de parar de falar.

Houve aqui algumas intervenções e referências que me fazem lembrar uma pequena história, que ouvi numa empresa que visitei em representação de capitais e onde pedi um orçamento de tesouraria, tendo obtido esta resposta: «É muito complicado. Não se pode fazer nesta empresa um orçamento de tesouraria porque é muito difícil prever as vendas.» Parece-me que há aqui, em relação ao plano, uma perspectiva semelhante: não se pode fazer o plano porque isto em economia é muito complicado.

Srs. Deputados, haja um mínimo de seriedade e de análise dos problemas económicos.

Vozes da UEDS: - Muito bem!

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sr. Presidente, acabo de obter l minuto para colocar uma questão ao Sr. Deputado Hasse Ferreira, mas que serve para os Srs. Deputados Almerindo Marques e Carlos Lage - temos de fazer esta distribuição porque o tempo a isso nos obriga -, tempo este que nos foi cedido pelo PSD. Sendo assim, peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - A questão é a seguinte, Sr. Deputado Hasse Ferreira e Srs. Deputados digo no plural, pois é assim mesmo: não temos essa sanha contra o plano.

Eu estava a situar-me no contexto da intervenção do Sr. Deputado Carlos Carvalhas, que atribui ao plano o milagre da racionalização de todas as decisões