O Sr. Nogueira de Brito (CDS):- Sr. Presidente, pretendo interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): -Se V. Ex.ª não aceita reunir a conferência de líderes, o CDS, em nome e em benefício da dignidade desta Assembleia, solicita meia hora de interrupção.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - É regimental, Sr. Deputado. Mas V. Ex.ª decerto que não se oporá a que, antes de ser suspensa a sessão, se ouçam os outros Srs. Deputados inscritos, não é verdade?

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): -Sr. Presidente, a suspensão é imediatamente.

O Sr. Presidente: - Quer suspender imediatamente?

Vozes do CDS: - Imediatamente!

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sim, sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - A sessão está suspensa por 30 minutos.

Eram 12 horas e 5 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está reaberta a sessão.

Eram 12 horas e 50 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, neste período de abertura do debate sobre a moção de confiança, vai ser dada a palavra pela seguinte ordem aos Srs. Deputados que se inscreveram, respeitando o tempo que a cada partido foi destinado: pela ASDI, ao Sr. Deputado Magalhães Mota; pela UEDS, aos Srs. Deputados Lopes Cardoso e Hasse Ferreira; pelo MDP/CDE, aos Srs. Deputados Helena Cidade Moura, João Corregedor da Fonseca e António Taborda: pelo CDS, ao Sr. Deputado Lucas Pires; pelo PCP, à Sr.ª Deputada Zita Seabra; pelo PSD, aos Srs. Deputados Roleira Marinho, Guido Rodrigues, Silva Domingues, Rocha de Almeida e Vasco Miguel; pelo PS, ao Sr. Deputado Amadeu Pires.

Após a intervenção destes Srs. Deputados, o Sr. Primeiro-Ministro responderá, se assim o entender, aos pedidos de esclarecimento formulados, sendo o tempo do Governo descontado no debate.

Srs. Deputados, conforme ficou decidido na reunião dos líderes parlamentares, vou suspender a sessão, & qual será reaberta às 16 horas.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

Pouco foi um equívoco quanto à interpretação que se tinha feito na conferência de líderes em relação à maneira como se deveria processar o debate neste período das perguntas ao Governo.

Não houve má intenção da parte de ninguém e muito menos da nossa parte, que estávamos a fazer uma interpretação que, aliás, coincidia com a que outros partidos também fizeram.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Ferraz de Abreu (PS): - Muito bem!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Parece-me importante referir, tal como já foi feito na conferência de líderes, que aquilo que se passou e originou o impasse de há

O Sr. Presidente: - Foi isso mesmo, Srs. Deputado. Havia uma má interpretação sobre aquilo que tinha sido decidido, razão pela qual se procedeu a uma revisão e se chegou a esta solução.

Srs. Deputados, ficou também acordado na conferência de líderes que hoje não se procederia ao intervalo habitual.

A sessão está suspensa até às 16 horas.

Eram 12 horas e 53 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 16 horas e 15 minutos.

O Sr. Presidente: - Por acordo estabelecido, dou primeiramente a palavra ao Sr. Deputado Lucas Pires.

contradição parece óbvia e este é o nosso primeiro motivo de desconfiança: este governo anda nervosamente a falar muito, já não comunica com o País através de princípios nem de ideias, nem de acções - no entanto, comunica cada vez mais com o País através de palavras! De resto, palavras que têm cada vez menos público, porque o Governo, à medida que só fala, começa também a falar só. E parece que, justamente, esta moção de confiança terá alguma coisa a ver com isso mesmo.

Parece-me, em segundo lugar -e limitar-me-ia, nesta intervenção, sobretudo às questões prévias-, que, no fundo, esta moção de confiança é apenas o produto do fracasso da remodelação empreendida com grande vigor literário, primeiro pelo PSD, depois pelo Sr. Primeiro Ministro, e que é a tentativa de fazer com