O Sr. Deputado parece que ficou um pouco touché.
Mas a verdade é que não tinha razão para isso, pois fez uma série de considerações e eu limitei-me - muito sobriamente, lhe digo - a retorquir-lhe no tom que o Sr. Deputado usou.
Eu gostaria que o debate fosse de outra envergadura, penso que o Sr. Deputado tem condições para o fazer e foi uma pena que o não tivesse feito.
Aplausos de alguns deputados do PS e do PSD.
O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura, para que efeito deseja usar da palavra?
A Sr.0 Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Para exercer o direito de defesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Primeiro-Ministro, penso que V. Ex.ª, com o seu discurso, criou nesta Sala um clima que não se parece nada com o clima que considero que deve existir num Parlamento.
Vozes do PS: - Ah!...
A Oradora: - Primeiro que tudo, queria explicar-lhe que nem eu nem o meu partido fomos contra a moção de confiança. Perguntei-lhe simplesmente por que é que não a apresentou depois de ter feito a remodelação que anunciou.
Quanto à figura do Dr. Augusto Seabra, devo dizer que não ataco ninguém pessoalmente, nem julgo as pessoas pelas suas ideologias. O Sr. Primeiro-Ministro não respondeu à pergunta que lhe fiz e a política do Sr. Ministro Augusto Seabra tem sido contestada por todas as organizações dos partidos que o apoiam e que estão ligadas à educação.
A pergunta que fiz é uma pergunta honesta. Perguntei se V. Ex.ª, Sr. Primeiro-Ministro, está realmente solidário com a política de educação e não com a personalidade do Sr. Ministro da Educação, que não vinha para aqui.
Relativamente ao meu partido, muitos dos seus membros não estiveram no exílio, mas todos têm trabalhado para o País! Eu nunca estive no exílio, mas aconselho o Sr. Primeiro-Ministro a saber qual é a minha letra no Estado, depois de 30 anos de trabalho!
O Sr. Presidente: - Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª deseja responder já?
O Sr. Primeiro-Ministro: - Sim, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.
O Sr. Primeiro-Ministro: - Queria dar um esclarecimento à Sr.ª Deputada e, assim, devo dizer que é óbvio que, como Primeiro-Ministro, sou solidário com a política de todos os ministros deste Governo e responsável por ela! Isto resulta da Constituição e, portanto, a sua pergunta não tinha objecto nem razão de ser!
Aliás, a sua pergunta também não tinha razão de ser não só porque não me referi à educação, mas até porque, como a Sr.ª Deputada muito bem sabe, está prevista para esta Assembleia, muito brevemente, uma interpelação justamente sobre política de educação e é nessa sede que terá lugar a expressão e a justificação que o Sr. Ministro da Educação fará da sua própria política.
O Sr. Rogério de Brito (PCP): -A isto se chama uma intervenção de conteúdo!...
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca, para que efeito deseja usar da palavra?
O Sr. João Corregedor da Fonseca (MDP/CDE): - Sr. Presidente, é para exercer o direito de defesa.
O Sr. Presidente: - Pedia ao Sr. Deputado para exercer efectivamente esse direito e não fazer um protesto, que não tem cabimento nesta altura.
Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.
afirmativa que, repito, lamentamos de sobremaneira.
O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Zita Seabra, V. Ex.ª pediu também a palavra para exercer o direito de defesa?
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Sim, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente:- Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
Vozes do PCP: - Muito bem!
A Oradora: - .. e não demonstra nenhuma delas!
Em relação às empresas públicas, disse que é o PCP quem tem a culpa e já não é a primeira vez que afirma isto!