A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça o favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heleno Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Deputado Condesso, compreendo perfeitamente que lenha vindo em defesa do seu grupo parlamentar, mas ai continua a confusão. O que, de facto, eu disse, foi que o Governo do PSD não tem feito avançar a democracia; não me referi aos Srs. Deputados.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Disse deputados, disse!

A Oradora: - Compreendo perfeitamente que os Srs. Deputados tomem esta posição, porque a verdade é que se tem falado muito em queda, na rua, do Governo, mas a AD caiu na rua, a AD caiu no governo, e a AD continuou nesta Assembleia por vergonha dos Srs. Deputados que apoiaram um governo moribundo.

O Sr. Lacerda de Queirós (PSD): - Moribunda era V. Ex.ª!

A Oradora: - Quanto ao contributo do meu partido para a democracia, nos primeiros tempos, V. Ex.ª conhece-o tão bem como eu: fica à sua responsabilidade.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Para exercer o direito de defesa da minha bancada.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Este ataque que o Sr. Deputado Condesso acaba de desferir contra o PCP é perfeitamente descabido; se trata de discutir as responsabilidades do Governo, vamos discuti-las.

De resto VV. Ex.ªs pertencem ao partido que, em Portugal, tem mais tempo de governo: é o dobro de qualquer outro. Quando se trata da situação portuguesa, vocês são os mais responsáveis de todos.

O Sr. Malato Correia (PSD): - Isto não é a metro, Sr. Deputado.

O Orador: - A sua intervenção a esta hora é uma manifestação de exibicionismo; dá impressão que o Sr. não quis que os Srs. Ministros se retirassem sem ver o líder parlamentar do PSD fazer umas flores de oratória.

Ora, Sr. Deputado Condesso, tenha juízo e não se meta connosco.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para responder, se o desejar, tem a palavra, Sr. Deputado Fernando Condesso.

O Sr. Fernando Condesso (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não entendi a linguagem parlamentar do Sr. Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português. A minha linguagem é puramente esta, Sr. Deputado: eu dirigi-me a uma Sr.ª Deputada de um partido afim do de V. Ex.ª e referi o partido de V. Ex.ª porque a história para mim é algo que tem valor e é livremente invocável. V. Ex.ª tem as suas afirmações, eu terei es minhas: o julgamento da história será para quem o quiser fazer.

Aplausos do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Mas não a falsificação da história.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Vilhena de Carvalho (ASDI): - Está na hora do jantar!

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. César Oliveira (UEDS): -Sr. Presidente, peço desculpa, mas tenho que dizer que o Sr. Deputado Vilhena de Carvalho quer ir jantar, que o faça!

Eu pedi a palavra, Sr. Presidente, para o exercício do direito de defesa perante algumas afirmações feitas. Reservo, no entanto, para mais logo esse direito de defesa.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos interromper os trabalhos até às 22 horas e 30 minutos. Está suspensa a sessão.

Eram 20 horas e 50 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está reaberta a sessão.

Eram 23 horas e 2 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, para vossa orientação, informo que o Governo dispõe de 9 minutos, o PS de 83, o PSD de 49, o PCP de 53, o CDS de 32, o MDP/CDE de 24, a UEDS de 4, a ASDI de 25 e o Sr. Deputado António Gonzalez de 10.

Recordo aos grupos parlamentares que estes tempos incluem os tempos destinados ao encerramento dos trabalhos, pelo que os partidos que desejem intervir durante o período de encerramento não podem esgotar os tempos que acabei de indicar durante o debate.

Por outro lado, penso que deveríamos encerrar os trabalhos esta noite a uma hora determinada. Daí, gostaria de ouvir a opinião dos líderes parlamentares sobre isto.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sr. Presidente, nós queríamos intervir desde já, interpelando a Mesa sobre a ausência, na bancada do Governo, do Sr. Primeiro-Ministro e do Sr. Vice-Primeiro-Ministro.