de Pinho um tempo limitado e mínimo que lhe permitisse esclarecer o incidente, sem prejuízo das intervenções que o CDS pretenda desencadear.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa, exactamente no sentido semelhante ao que acabou de ser explicitado pelo Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Marques Mendes (PSD): - Interpelo a Mesa porque consideramos que a afirmação feita pelo Sr. Deputado Gomes de Pinho, além de ser ofensiva para o Governo, é ofensiva para as instituições democráticas ...

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Muito bem!

O Orador: - ... e para a própria Assembleia.

Entendemos, pois, que deve ser concedido um período de tempo para que esta questão seja devidamente clarificada.

O Sr. César Oliveira (UEDS):- É capaz de ser a Opus Dei!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, creio ir ao encontro do parecer de todos os Srs. Deputado», concedendo 3 minutos, que não serão contabilizados, ao Sr. Deputado Gomes de Pinho ...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Peço a palavra. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor. Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, damos o nosso acordo quanto à concessão dos 3 minutos para que o CDS, sem prejuízo do tempo de que dispõe, possa expor as suas ideias, desde que igual benefício seja dado aos restantes partidos.

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: - Desculpem, mas é assim. Administrem o tempo!

Pausa.

Como ninguém o deseja, dou a palavra ao Sr. Deputado Gomes de Pinho. Dispõe de 3 minutos.

O Sr. Gomes de Pinho (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, agradeço-lhes o facto de- me terem permitido que esclareça, suspeito que definitivamente, este pequeno incidente que a perplexidade ou o nervosismo de alguns talvez tenha avolumado excessivamente.

Vozes do PSD: - Oh!

O Orador: - Gostaria que a minha intervenção, especialmente a parte que suscitou todo este incidente, fosse entendida no contexto de todas as palavras que aqui proferi.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Já está a recuar!

O Orador: - Independentemente dos juízos de valor que sobre ele se possam fazer, penso que é um dado objectivo que este governo vem demonstrando, ao longo da sua actuação, uma inconsequência, uma falta de coerência, uma mudança de posições. Estenderia, em alguns casos, estas características do Governo para a maioria que o apoia, ...

O Sr. Igrejas Caeiro (PS): - Obrigado!

Protestos do PS.

Penso que se há aqui alguém que, perante esta situação objectiva, tem o direito de fazer perguntas, não são os Srs. Deputados da maioria, são os Srs. Deputados da oposição, designadamente os deputados da minha bancada e eu próprio.

Penso, portanto, que ficou claro o sentido da minha expressão ...

Protestos do PS e do PSD.

Uma voz do PS: - Não tem coragem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço o favor de manterem silêncio.

O Orador: - Não posso penetrar no interior das consciências e das inteligências de VV. Ex.ªs...

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Era o que faltava!

O Orador: - ... para os convencer desta argumentação tão simples, mas a verdade é que me perdoam, com certeza, que eu tenha utilizado essa expressão, que, pelos vistos, tanto os feriu e que é tão comum à linguagem do próprio Governo que, desde a sua posse, já criou várias altas autoridades, que concentra no seu Primeiro-Ministro algumas altas autoridades e que, inclusive para muitos portugueses, em aspectos muito significativos da sua política, é considerado dominado por uma alta autoridade, em que VV. Ex.ªs porventura não estavam a pensar, que é o Fundo Monetário Internacional.

Risos do PS e do PSD.