tariam que estivéssemos integrados noutros sistema militar defensivo ou ofensivo! Compreendo isso de acordo com a vossa filosofia, mas temos de vos dizer, de uma maneira muito clara, que a grande maioria do povo português quer que sejamos membros da NATO, como também quer que sejamos membros da CEE!

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Está enfeudado até ao pescoço!

O Orador: - Portanto, não vale a pena discutirmos esses aspectos!

CDS!..

Risos do PS e do PSD.

... Então como é que o senhor podia encontrar um Governo de base não partidária que tivesse apoio nesta Câmara? Ou o Sr. Deputado Carlos Brito acha que é

útil ...

O Sr. Presidente: - Pedia-lhe o favor de concluir. Sr. Primeiro-Ministro.

O Orador: - Visto que me foi dada a possibilidade de falar mais alguns minutos - possibilidade essa que também foi dada a outros líderes -, pedia ao Sr. Presidente e à Câmara que me permitisse acabar a minha intervenção, dado que ainda tenho algumas coisas importantes para dizer nesta Assembleia e gostaria, por isso, que ela me permitisse continuar um pouco mais.

O Sr. Presidente: - Se não houver oposição por parle da Câmara, V. Ex.ª pode continuar no uso da palavra. Sr. Primeiro-Ministro.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente.

De modo que, quando o Sr. Deputado Carlos Brito fala nessas alternativas, eu gostaria que as precisasse e, sobretudo, gostaria que o Sr. Deputado dissesse se, de facto, pensa que é mais útil para o funcionamento das nossas instituições democráticas termos um Governo que não tenha base nem apoio dos partidos representados nesta Assembelia - e, portanto, constituído à margem desta Câmara - do que um governo que saia da vontade desta Assembleia.

E digo-lhe isso, porque o Sr. Deputado, certamente para fugir ao argumento que surge em todos os espíritos, ou seja, de que se não há neste quadro parlamentar outra alternativa possível a esta que está presente, então, pois muito bem, vamos para a dissolução da Assembleia da República. Ora, como o País pensa que uma dissolução não resolve coisa nenhuma e se cifraria por grandes custos para o País, o Sr. Deputado quis arredar essa hipótese.

Mas só pretendo demonstrar a esta Assembleia, aos deputados que me ouvem e ao País, que, através deles, me ouve também, que, efectivamente, não há alternativas democráticas - e sublinho, democráticas - contra a vontade dos partidos representados nesta Assembleia da República. Portanto, um governo cai na Assembleia quando esta lhe retira a sua confiança, mas não cai quando ela manifesta de novo a confiança no Governo.

E este é o resultado e a importância da moção de confiança que estamos a discutir.

Tirado este intermezzo que me foi suscitado pelas intervenções aqui feitas no final pelas diferentes bancadas, diria, simples e serenamente, mais algumas palavras para terminar, certo que não vou ocupar muito mais tempo a esta Assembleia.

Falou-se muito aqui de reformas estruturais e creio que era importante dar uma palavra sobre o que se pode entender por isso.

Para mim, reformas estruturais são as que tendem a transformar para melhor a sociedade e o Estado em que vivemos, ao mesmo tempo que contribuem para a modernização da sociedade portuguesa. Em que sentido é que vão ser feitas estas reformas estruturais, que não vão começar amanhã, nem serão feitas dentro de 2 meses, pois começaram a ser implementadas desde o início da actividade deste Governo, como ontem tentei demonstrar aqui perante esta Assembleia no meu discurso.

Referi então uma série de medidas de aplicação que estão em curso, outras que foram já tomadas, e todas elas já estão, justamente, a mudar um pouco a realidade portuguesa.

Pergunta-me em que sentido é que vamos andar. Bem, eu direi que tratando-se de um Governo apoiado por 2 partidos, um social-democrata e outro socialista, essas medidas têm de ser feitas no sentido do que se chama o reformismo e têm de ter um grande cunho de justiça social.

Vozes do PSD: - Muito bem!