direcções associativas aí souberam fazer contra a tentação totalitária do PCP e da extrema esquerda revolucionária.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Muitas lutas houve entretanto de que se arrogam os estudantes e o movimento associativo, mas que aqui não poderemos, por falta de tempo, relembrar.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estamos aqui hoje a reconhecer, pela força do direito, uma realidade social cheia de força e que carece de alguns instrumentos legais para lhe dar maior pujança. Queremos que as direcções associativas sejam reconhecidas pelo Estado, pelos poderes públicos, enfim pela sociedade. Mas não o queremos a qualquer preço; não queremos que o seu reconhecimento legal implique a sua desvirtuação e, nomeadamente, a sua anulação. Por isso nos opomos completamente ao projecto do PCP que, ao contrário de querer reconhecer as associações estudantis, pretende destruí-las, agora que já viram não ter qualquer força junto dos estudantes, como o demonstraram as recentes eleições na Academia de Lisboa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

melhorados onde se entender por necessário.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Hoje e aqui a Assembleia da República vira-se para o reconhecimento de uma realidade social muitas vezes esquecida e escamoteada, mas que já demonstrou ter futuro e contribuirá para a consciência democrática no nosso país. É por isso que, em nome dos estudantes que representamos e dos jovens, nos congratulamos pelo esforço e empenho que a Assembleia da República põe nesta causa. Não foi em vão que os dirigentes associativos lutaram, e muitos deles estarão aqui sentados para o reconhecimento daquilo que fizeram e daquilo que ainda muito há para fazer.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hasse Ferreira.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados: É para me esclarecer realmente sobre este assunto, eu que fui activista de associações de estudantes e que até fui expulso quando era estudante.

A primeira coisa que quero dizer é esta: apesar de eu saber que este hemiciclo tem uma composição ideológica claramente diferenciada, causa-me uma certa perturbação ver que no preâmbulo deste projecto se equiparam a luta dos estudantes contra as ditaduras salazarista e gonçalvista.

Eu suponho que não se sabe bem o que é uma ditadura. Numa ditadura é difícil fazer eleições que levem à vitória de partidos que não são efectivamente os que estão maioritariamente representados no Governo - são exemplares as eleições de 25 de Abril de 1975, que deram a vitória ao PS.

Pode haver ate uma confusão talvez entre ditadura e regime pré-ditatorial ...

Bom, mas segunda questão é que também me chocou um bocado a intervenção que o Sr. Deputado fez. Eu fui estudante em 2 pe

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): - Dá-me licença que o interrompa. Sr. Deputado? É que não foram alguns meses. Ò PCP e os seus satélites, ao movimento associativo, perduraram durante alguns anos. Foi em 1975, em 1976 e em 1977 e nalguns lados, infelizmente, só recentemente é que democraticamente foram afastados pelos estudantes.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS):- Bem me parecia que havia confusão.

Então eu direi o seguinte: uma coisa são os conflitos entre as tendências e as correntes estudantis, outra coisa é a luta de todo um movimento, globalmente, contra o regime. E o que aconteceu em relação ao movimento estudantil - acaba de se sentar agora ao meu lado o líder da minha bancada que foi um conhecido dirigente estudantil e presidente da Comissão das Associações» de Lisboa, na década de 1950- foi que efectivamente houve um movimento global, ao passo que aquilo que o Sr. Deputado acaba de descrever são conflitos - e inclusivamente pode referir-se a «tomadas» de associações, etc. Mas isso são coisas diferenciadas.