Risos do PSD.

Risos do PCP.

...e os seus titulares são negados por todas as estruturas da juventude, todas as estruturas sindicais de professores», etc., etc.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - A prova está à vista!

O Orador: - Não, Sr. Deputado, desculpar-me-á que lhe diga, mas tal diatribe, pela sua veemência excessiva, tem todas as características de uma denegação sintomática, em termos psicanalíticos.

Aplausos do PSD.

É que, Sr.ª Deputada, como todos os portugueses livres sabem, a «semiclandestinidade» no Ministério da Educação não pode nem deve ser nunca do Estado ou do Governo, mas sim dos elementos que no Estado se infiltraram há uns 10 ou mais anos -e não 5 - a esta parte, provindos de sectores com que a Sr." Deputada tem feito bom mênage e que, ainda hoje, como se sabe, campeiam a vários níveis da Administração ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Então porque não os manda embora?

O Orador: -... e dos estabelecimentos de ensino do Ministério da Educação.

E isso apesar da resistência tenaz iniciada pelo Ministro Sottomayor Cardia no I Governo Constítucional, com uma coragem, uma lucidez e uma determinação a que quero, uma vez mais, prestar pública homenagem.

Aplausos do PS e do PSD.

Não somos nós mas a Sr." Deputada que falamos de semiclandestinidade no Ministério da Educação, o que é inadmissível em termos constitucionais se se refere ao Estado e ao Governo, mas certamente trata-se de um lapso denegatório que delicadamente, e por pudor, apelidei como algo de psicanalítico.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Nessa linha de resistência à tentativa de domínio totalitário me inspiro, bem como os meus colegas da equipa ministerial, e eles principal razão da cólera e do esbracejar de certas forças contra a política de não pactuação com aqueles que querem controlar um importante instrumento de condicionamento ideológico: a educação das nossas crianças, dos nossos filhos que ficariam, se com isso pactuássemos, à mercê de todas as formas de lavagem ao cérebro conhecidas na panóplia dos regimes totalitários.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Mais palmas!...

O Orador: - Mas falemos de coisas sérias e deixemos esse submundo do delírio ou da paranóia ideológica.

A política do Ministério da Educação desde que há governos democráticos maioritários tem sido precisamente o contrário do que pretende a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.

O esforço feito, por exemplo, no domínio das construções escolares já que citou uma carta de Eça de Queirós a Pinheiro Chagas onde diz que somos pequenos porque não temos escolas -, é de relevar justamente no sentido que se contrapõe ao que insinua. Ou ignora a Sr. Deputada que desde 1980 os governos têm vindo a dar uma grande prioridade às construções escolares, com programas especiais que permitiram passar do ritmo anual de cerca de 10 escolas a um ritmo de cerca de 50 novas escolas por ano?

Uma voz do PSD: - É verdade!

O Orador: - Não é suficiente, admitimos. Mas quando inauguramos uma escola as populações do interior do País sabem qual é o seu preço e sabem apreciá-lo pelo seu justo valor. Não reagem com aquele criticismo miudinho que caracteriza os nossos contestatários profissionais quando uma obra é feita.

Risos do PCP.

Como a propósito do problema educativo diziam os homens da «Seara Nova» referindo-se a críticas semelhantes de que foram vítimas no fim da República «ataca-se a obra no seu conjunto, com arranques de neuropata e cegueiras de touro em fúria».

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Temos aí um belo exemplo!