O Sr. Machado Lourenço (PSD): - Sr. Deputado Anselmo Aníbal, apreciei a sua intervenção. Aliás, o Sr. Deputado é dos poucos da bancada do PCP que tem uma linguagem civilizada em termos de oposição, o que aprecio sinceramente.

Só espero é que este reparo não lhe traga problemas na sua bancada.

Não vou fazer-lhe, de maneira nenhuma, grandes perguntas. Apenas lhe quero fazer uma pergunta em relação ao que V. Ex.ª disse. Nalguma coisa tem razão, evidentemente, mas noutras não a terá. Contudo, trata-se de assuntos mais do que debatidos aqui nesta Câmara e não gosto de repisar coisas que estão mais que faladas. Simplesmente, o Sr. Deputado, a determinada altura, disse que os autarcas-gestores eram os gestores da penúria.

Gostaria de saber se acha que um bom gestor se define quando há dificuldades, ou quando tem dinheiro a rodos para gerir, como já aconteceu. Queria perguntar-lhe, só para acabar, como é que as câmaras do Alentejo, no meio de tanta penúria e tantas dificuldades, deslocam dezenas de viaturas com os seus motoristas - vi com os meus olhos - para uma manifestação no Terreiro do Paço contra o Governo?

Quanto é que isto custa a um município? 15to é gerir uma câmara? Se tivessem muito mais dinheiro não seria então também aplicado contra o Governo e para estragar tudo?

Já que o Sr. Deputado falou em «pintismo» e «soarismo», gostaria de saber como é que o «cunhalismo» vê esta situação.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS). - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): - Sr. Presidente, pedia à Mesa que fizesse o favor de me informar de quanto tempo dispõe ainda a UEDS e quanto tempo falta ainda para o final do debate.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a UEDS dispõe ainda de 5 minutos e falta 1 hora e 15 minutos para o final da discussão.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Queria então pedir a palavra para um pedido de esclarecimento.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

esta aplicação da taxa municipal de transportes, ou acha que a ligação entre as câmaras e os operadores de transportes deve ser semelhante à que já existia? Pensa que esta ligação é satisfatória?

Pensa que, pelo contrário, não deve haver nenhuma ligação de carácter financeiro?

A sua objecção quanto à taxa municipal de transportes é uma objecção de fundo, de princípio -, que corresponde a uma rejeição in limine de um tipo de proposta como a que aprovámos aqui na Assembleia da República, ou é uma objecção quanto à forma de aplicação dessa taxa?

Não ficou para mim claro e não sei se terá ficado claro para a câmara qual a sua concepção sobre as relações que devem existir entre um município e os operadores de transportes que actuam na sua zona.

Embora isto seja aparentemente marginal em relação a este debate, penso que é um ponto que merece esclarecimento, na medida em que outros aspectos focados por V. Ex.ª vão ficando esclarecidos ao longo deste deb ate.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, temos estado a assistir a um debate em que os diferentes intervenientes parlamentares já usaram da palavra para produzir várias intervenções.

Tem sido norma da Mesa na organização dos debates o respeito pelo princípio da alternância nas intervenções.

Neste momento verifica-se, segundo as informações da Mesa, que resta ainda 1 hora e 15 minutos de debate. Pelas minhas contas 45 minutos dessa hora e 15 serão ocupados pelo Governo.

Portanto, a minha interpelação é no seguinte sentido: estamos dispostos a participar num debate sério, mas pensamos que ele está a ser prejudicado na sua profundidade pelo facto de o Governo, quando os partidos já não têm praticamente tempo, ainda não se ter inscrito para intervir.

Queria, em primeiro lugar, saber se o Governo tenciona intervir no debate e, se tenciona intervir, quando é que o tenciona fazer?