a actividade desta Câmara. Contudo, entendemos também que cabe ao Sr. Presidente a fixação de um novo prazo compatível, por um lado, com a agenda e, por outro, com o decurso do tempo de que, entretanto, ainda dispomos para a produção de trabalho útil.

Cremos que há condições para que tal aconteça e entendemos que, se necessário for, pudemos reunir na sexta-feira, no sábado e no domingo. O Regimento que a maioria bem vindo a impor a esta Assembleia não expurga a possibilidade de se trabalhar aos sábados, domingos e dias feriados, de modo que existem todas as condições para que se torne possível dar, atempadamente, cumprimento ao despacho que vier a ser produzido pelo Sr. Presidente da Assembleia da República.

Por isso mesmo, interpelo-o no sentido de saber se, sim ou não, está na disposição de proceder à fixação de um novo prazo e, no caso de não estar, permitia-me, em nome do meu grupo parlamentar, apresentar na Mesa um requerimento para a consideração global, por parte dos Srs. Deputados, deste problema que acabo de suscitar.

Vozes do PCP: -Muito bem!

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): -Peço a palavra, Sr. Presidente. É também para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: -Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): - Sr. Presidente, a minha interpelação é no sentido de perguntar à Mesa se já se encontra nesta Câmara o plano de recuperação económico-financeira.

O Sr. Presidente: - Não tenho conhecimento disso, Sr. Deputado.

O Orador: - Nesse caso, Sr. Presidente, sob a forma de interpelação à Mesa, gostaria de dizer o seguinte: dificilmente compreendo que, tendo o plano de recuperação económico-financeira sido apresentado num órgão como o Conselho da Concertação Social, não tenha sido entregue, pelo menos em paralelo, a esta Assembleia, ...

O Sr. p(r)pge Lemos (PCP): - Muito bem! Tem toda a razão, é um escândalo!

O Orador:- ... que julgo ter sido eleita por sufrágio directo, ou seja, por sufrágio popular.

Para além disso, o referido documento foi também distribuído à imprensa, pela qual tenho a maior consideração, mas que julgava ser apenas o quarto poder. É que assim já não sei se nós somos o quinto, o sexto ou o sétimo ...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): -Tem toda a razão!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Hasse Ferreira, desculpe-me interrompê-lo, mas creio que V. Exª pediu a palavra para interpelar a Mesa e não para fazer uma intervenção política.

Daí que lhe peça que faça a sua interpelação em termos concisos, como é regimental.

O Orador: - Vou já terminar em termos concisos, Sr. Presidente.

É dificilmente compreensível que, em vez de o ter feito aqui, o Sr. Ministro das Finanças tenha exprimido inflexões na orientação política e económica no Instituto de Altos Estudos Militares. É que já não estamos no tempo dos discursos na "Sala do Risco".

Não é, pois, compreensível que esta Assembleia não receba os documentos simultaneamente quando estes são postos à discussão pública.

Aplausos da UEDS, do PCP, do CDS, do MDP/CDE e do deputado independente António Gonzalez.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Carlos Lage, creio que há outros Srs. Deputados inscritos para interpelarem a Mesa e, portanto, dar-lhe-ei a palavra depois.

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Sr. Presidente, é para responder ao problema colocado pelo Sr. Deputado José Manuel Mendes.

O Sr. Presidente: - Só o pode fazer sob a figura de interpelação à Mesa, Sr. Deputado. E isto se o Sr. Deputado entende que a Mesa não procedeu como devia.