O Sr. César Oliveira (UEDS): - Se o Sr. Deputado quiser explanar as medidas económicas que proporia. eu concedo-lhe mais 5 minutos.

Aplausos elo PS e elo PSD.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado César Oliveira colocou-nos em dificuldades porque a transferência de 5 minutos, sujeita à condição da explanação da política económica do PCP, não tem possibilidade de ser controlada pela Mesa, pois a questão é subjectiva. Assim, temos que nos remeter aos 3 minutos habitualmente utilizados para responder a pedidos de esclarecimento.

Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Mesmo 5 minutos, como o Sr. Deputado sabe, são curtos para se explanar um conjunto de medidas. Portanto eram perguntas que

não se deveriam fazer.

Em relação ao governo PS/PSD, eu referi-me sempre aos 2 partidos, mas admito que se omiti algum deles, foi por lapso. O que está escrito na minha intervenção - e que o Sr. Deputado pode confirmar - é governo PS/PSD, que é, de resto, como ele é conhecido. O que muitas vezes não se sabe é se não é o governo PSD/PS.

A Sr.ª Rosa Albernaz (PS): - Não faz mal, isso é questão de palavras!

O Orador: - Quanto à segunda questão, o Sr. Deputado conhece qual é a proposta do meu partido. A situação ruinosa da economia no plano económico, financeiro e social leva a que a muito curto prazo o povo português, a nação portuguesa e o regime estejam confrontados com a necessidade de se estabelecer um novo governo.

Nós propomos um governo democrático de salvação nacional...

O Sr. Lacerda de Queiroz (PSD): - Com quem?

O Orador: - ...e, como terminei na minha intervenção, direi que não excluímos nenhum democrata - e sublinharmos nenhum democrata.

O Sr. José Vitorino (PSD): - Com que forças políticas, Sr. Deputado?

O Orador: - Nós não faremos a selecção, nós estamos com todos os democratas e com todos aqueles que defendem as conquistas de Abril, a Constituição da República e que não trazem ao Parlamento leis de segurança interna que fazem lembrar o 24 de Abril.

Aplausos do PCP.

E como o Sr. Deputado sabe, há na sua bancada muita gente que está de acordo comigo.

Vozes do PS: - Quem são?

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

Aplausos do PS, do PSD e cio CDS.

O Orador: - Sr. Deputado, estamos a falar de coisas sérias.

Nós não incluíamos o CDS num governo de salvação nacional, como é óbvio...

Aplausos do CDS.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Seria o governo de salvação nacional do PCP!

O Orador: - O que eu não sei é se a UEDS o incluiria. O PS já o incluiu, mas nós não. Com o governo do grande capital, o grande capital que faça governos.

Quanto à questão de saber quais as medidas económicas e financeiras que nós implementaríamos, eu diria que se tratava de uma política totalmente diferente desta. Começava por pôr de lado a política monetária e monetarista...

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Carvalhas às finanças!

natural: desvaloriza-se o escudo, aquilo que se importa é mais caro, aumentam os custos internos, aumenta a inflação, depois aumentarão as taxas de juro para cativar depósitos, as taxas de juro com a inflação fazem aumentar os custos internos, e aumentando os custos interno, vêm dizer que, por os produtos não terem competividade, é necessário desvalorizar o escudo e assim por diante.

É preciso, a nosso ver, fazer um ciclo completamente ao contrário.

Vozes do PS: - Já descobrimos um ministro das Finanças!