proeurou até clarificar se a ordem de detenção também o abrangia e a sua identificação não foi solicitada formalmente em nenhum momento.

E pena é, Srs. Deputados, que não tenham sido carreados mais elementos probatórios para os autos, como nós próprios desejávamos! Mas não foram e, portanto, as conclusões espelham o labor desenvolvido e não podem, naturalmente, espelhar deligências que infelizmente não foram levadas a cabo!

Portanto, consideramos abusivo, pernicioso e incorrecto, do ponto de vista político e parlamentar, que o Grupo Parlamentar do PS, através dos 2 deputados que usaram da palavra nesta matéria, tenha vindo a levantar, de maneira equivoca e em certos aspectos até provocatória, suspeições que estavam enterradas. E eu pergunto: o que é que os senhores querem ao desenterrar suspeições deste tipo?

E contra isso que nós protestamos e são essas imputações aleivosas que a nossa bancada não aceita de modo nenhum!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, queria agradecer o trabalho da Comissão de Inquérito à detenção do Sr. Deputado Manuel Lopes.

Foi relator dessa Comissão um colega de bancada, o Sr. Deputado António Taborda, para além dos outros 2 relatores, e isso dá-me a certeza de que houve um grande esforço para encontrar a verdade.

Quanto a mim, pessoalmente, como testemunha dos acontecimentos, penso que essa verdade não foi encontrada. Sei que é difícil, mas lamento-o!

É evidente que quando o testemunho é explicar o que é uma colher, o que é um garfo ou um prato, é fácil, mas quando o testemunho é explicar situações de sensibilidade é difícil que as palavras cheguem.

Por outro lado, lamento que o meu testemunho não tenha sido suficientemente explícito para que toda e qualquer suspeita pudesse ser sanada e isto sobretudo depois da lamentável discussão aqui trazida pelo Sr. Deputado Agostinho Domingues sobre o Sr. Deputado Manuel Lopes, que eu respeito há muitos anos, tanto como pessoa e cidadão como enquanto deputado desta Assembleia.

Queria ainda dizer que lamento, sobretudo, que não tenha sido possível encontrar um consenso para que seja publicado o material do inquérito. E isto porque, tal como eu, possivelmente outros depoentes gostariam que os seus testemunhos pudessem ser julgados por outros deputados para além daqueles que integravam a Comissão de Inquérito, que é sempre um grupo fechado que tem uma missão a cumprir e que, possivelmente, por esse facto, se autolimita.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Beiroco.

O Sr. Luís Beiroco (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O meu grupo parlamentar deseja, com serenidade, tirar apenas 3 consequências do trabalho desta Comissão Eventual de Inquérito e do incidente que motivou a sua criação.

Em primeiro lugar, como na altura tivemos ocasião de sustentar (o presidente do meu grupo parlamentar e eu próprio), só depois de um apuramento dos factos a

Assembleia da República estaria em condições de se pronunciar sobre eles, sem correr o risco de o fazer baixar de um clima emocional como aquele em que os factos foram trazidos a esta Câmara.

Nesse sentido, o meu grupo parlamentar tem que louvar o trabalho feito por esta comissão, não só pela celeridade com que o fez como também pela insenção e pelo rigor que pôs nas averiguações.

Em segundo lugar, o meu grupo parlamentar quer congratular-se pelo facto de a comissão ter concluído que não houve violação da imunidade parlamentar do deputado em causa. Seria um facto extraordinariamente

Aplausos do CDS, cio PS, do PSD, do PCP e da ASDI.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Costa.