Vozes da ASDI e da UEDS: - Muito bem!
O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Certos Lage (PS): - Para protestar, quando chegar a minha oportunidade, em relação ao pedido de esclarecimento que o Sr. Deputado Carlos Carvalhas solicitou ao Sr. Deputado João Lencastre e onde fez alusões ao PS.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, oportunamente dar-lhe-ei a palavra.
Tem agora a palavra, para responder aos pedidos de esclarecimento, o Sr. Deputado João Lencastre.
O Sr. João Lencastre (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Procurarei responder à maior parte das perguntas que me foram feitas - se não a todas,
não sei se tive oportunidade de tomar nota de todas -, começando pelo Sr. Deputado César de Oliveira.
Queria esclarecer que o facto de estar contra chavões ideológicos não significa que esteja necessariamente contra as ideologias.
Perguntou-me se a inflação e o desemprego são culpado sector público. Penso que há várias razões para a inflação e para o desemprego. Seria estultícia considerar ser apenas a má administração e o peso excessivo do sector público na economia que conduzem à inflação e ao desemprego; há, por exemplo, factores internacionais e muitos outros.
Quanto à definição de monopólio, confesso que não distingui muito bem as alternativas que colocou. Para mim, de facto, um monopólio é quando existe uma
concentração numa só entidade, num só patrão, do capital de uma empresa ou de um sector.
O Sr. Deputado Hasse Ferreira falou-me no sector público e contestou que esse sector, nomeadamente, o bancário, estivesse em falência técnica. Creio que é
verdade, pelo menos a maior parte dos bancos não estarão em situação de falência técnica - digo bem, a maior parte -, mas temos de ver como é que são fixadas as margens que os bancos usufruem, isto é, são margens artificiais que resultam do facto de não haver uma verdadeira concorrência. Se houver uma verdadeira concorrência, talvez seja possível que o sector bancário possa ter custos menos elevados do que tem actualmente. É isso, como sabe, que a concorrência proporciona.
Quanto a saber se o capitalismo selvagem é ou não defensável - parece-me que foi uma das perguntas que colocou -, creio que a minha contestação, ao falar-se do capitalismo selvagem, é quando se confunde o capitalismo selvagem com a economia de mercado, como alguns pensadores socialistas tendem a fazer. E evidente que todos estamos de acordo em votados do que o CDS. E uma grande mistura e ambiguidade dentro desses partidos; no entanto, penso que s corrente liberal excede os 12 % do nosso eleitorado.
Os deputados do Partido Comunista, Ilda Figueiredo e Carlos Carvalhas, colocaram-me várias questões: em relação às famílias já respondi com clareza. Julgo que eles não pensarão que eu estou aqui a defender o retorno a ura regime feudalista visto que sou a favor de um regime liberal. Salientei que não havia os perigos desse retorno visto que nunca assisti num regime democrático voltar-se, por via económica, a uma ditadura, tal como os Srs. Deputados do Partido Comunista parecem temer. Gostaria que me dessem um exemplo.
Vozes do PCP: - Olhe o Chile!
O Orador: - Quanto aos escândalos que invocaram ... Jorge de Brito, Pinto Magalhães e outros, julgo que não nos compete, neste momento, discutir esse assunto. Os Srs. Deputados do Partido Comunista têm toda a liberdade para seguir as vias competentes para o fazer.
Vozes do PCP: - Já o fizemos!
O Orador: - Longe de mim defender qualquer escândalo. Não é essa a nossa intenção.
Pausa.
Estava a ver se tinha sido levantado mais algum ponto ... ah, em relação às perguntas do Sr. Deputado Magalhães Mota. Há aqui, de facto, uma certa confusão: é que eu sou a favor da abertura da economia em todos os sectores, ou em quase todos os sectores, e se as cervejas e as celuloses já estão abertas A