Não foquei, naturalmente, argumentos que já estavam focados, independentemente da sua valia. Foi só por isso que não me referi concretamente ao problema da CEE.

Voltando um pouco atrás, às primeiras perguntas que me foram formuladas pelo Sr. Deputado Lopes Cardoso, diria que, como é óbvio, não se pode analisar a importância do sector bancário apenas pelou índices que refen. Tal evidência resulta também do facto de eu ter referido que, quanto ao peso político, que não via - a partir da situação actual, da existência de um largo sector público nacionalizado na actividade bancária- possibilidade de reconstrução de centros de poder e de decisão contrários aos conceitos que defendo, isto é, aos princípios da democracia política e aos do socialismo democrático.

Quanto à segunda questão que me colocou, direi que é óbvio que depende da dimensão da empresa o falar-se ou não de volumes da capital. Mas existem experiências noutros países, dos mais variados quadrantes não defendo princípios - como irá ter oportunidade de ver mais vezes nesta Câmara - que não tenham no meu íntimo nenhum eco. Princípios que não tenham eco não serão por mim defendidos!

A Sr.º Zita Seabra (PCP): - Nunca diga desta água não beberei!

O Orador:- Isto dar-me-á força para a resposta que lhe vou dar a seguir.

Quanto á autorização legislativa, de verdade não responderei mais; o meu partido já respondeu no momento próprio.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Mal!

O Orador: - E a sua opinião, Sr. Deputado!

Em relação a «defender com calor a mais e se esqueço a importância estratégica» devo dizer-lhe que não defendi com calor, foi com a tranquilidade própria de quem acredita no que está a dizer.

Naturalmente que aquilo que foi referido, como cautelas parece que dúvidas, não é mais nem menos do que, citando o Programa do Governo e as intervenções de alguns dos seus membros, ter em conta as cautelas que se devem ter no tratamento deste tema:

O Sr. Deputado referiu que haverá sectores económicos, sociais e políticos que terão a teoria de cada vez pedir mais. E bem provável, mas, nessa altura, quando pedirem mais do que o Partido Socialista entende dar, é óbvio que, como é prática em democracia política, não estaremos em desacordo.

a se a banca nacionalizada está mal gerida. Dir-lhe-ei, com a mesma sinceridade que ponho nas minhas intervenções, como disse ao Sr. Deputado Carlos Brito, que seria para mim muito cómodo dizer que não sei. Mas avanço mais e digo-lhe que, como é normal, só está satisfeito com aquilo que faz quem não é capaz de fazer melhor. Ora, penso que se pode fazer melhor!

E natural e é óbvio que, em face disto, a gestão do sistema nacionalizado não é só um problema de gestores, mas é o também.

O Sr. Deputado Octávio Teixeira referiu que eu disse que não havia perigo e que depois fiz como que uma espécie de golpe de rins.

Por acaso até sofro dos rins, não fiz grande golpe e. fui, pode crer - a menos que o defeito só exista na exposição -, bastante coerente. Fui dizendo que - e fui sempre referindo a partir de uma determinada situação já existente no sector público -, abrindo-se com as cautelas que o Governo enuncia, não vejo que existam dificuldades. Terminei dizendo que até vejo vantagens para o sector nacionalizado.

Quanto ao capital financeiro, o que quis dizer é que não é a partir dos bancos que se realizam excedentes para se fazerem investimentos industriais. Disse que é através dos capitais alheios que angariam, isto é, dos seus passivos.

Saiam as regulamentações como devem sair e é óbvio que se controlarão as concessões de crédito, e mais: as concessões de crédito, a um só cliente; e mais ainda: as concessões de crédito a um cliente e mais clientes pertencentes a grupos. Isto é feito em qualquer país da Europa!

Referiu uma citação do Sr. Ministro das Finanças e do Plano. Pe nalizo-me porque não a registei. Parto do pressuposto de que foi feita.

Disse também o Sr. Deputado que não há controle. Bom, eu preferia dizer que há deficiências de controle. Mas digo-lhe, Sr. Deputado - não sei se com escândalo para si -, que se existirem bancos privados