gos detentores desse capital. Em complemento ainda - e este é um terceiro aspecto- referiu as insuficiências do OGE. Mantendo-se numa situação de expectativa, disse nomeadamente - e embora não vá fazer uma citação textual, era este o sentido das suas palavras: estou aqui para ver qual vai ser o Orçamento futuro. Ora eu propunha-lhe uma antecipação, Sr. Deputado, no sentido de nos informar sobre a sua perspectiva. Quer dizer: se neste momento V. Ex.ª fosse Ministro das Finanças, qual era a perspectiva que defenderia em relação a esta triologia?

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Morais Leitão.

O Sr. Morais Leitão (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de iniciar as respostas, queria pedir ao Sr. Deputado Hasse Ferreira, no uso do meu tempo, que repetisse a sua segunda pergunta, que não a consegui ouvir.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): - Com muito gosto, Sr. Deputado.

É relacionada com os empréstimos das empresas públicas. Aponta o Sr. Deputado como um dos factores característicos do quadro negro em que se encontra o sector empresarial do Estado o de que uma parte significativa da dívida externa pertencia às empresas públicas. O que eu lhe perguntei é se não está consciente - estou convencido que está - de que uma boa parte desses empréstimos foram contraídos, não propriamente por decisão e por necessidade absoluta dessas empresas públicas recorrerem ao crédito externo, mas por uma decisão global em termos da política financeira tomada pelas tutelas que as orientaram de modo a recorrerem preferencialmente ao crédito externo. É um facto que, de certa forma, penso, daria um enfoque diferente de análise.

Fui talvez um bocado sintético, mas era neste sentido que gostava de ouvir um comentário seu.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Octávio Teixeira fez uma intervenção em forma de protesto. Dado que deu à forma de protesto a imputação de desonestidade e como eu considero que é tempo nesta Assembleia de quanto a presunção e água benta cada um tomar a que quer, não vou contraprotestar, nem responder aos adjectivos com que acrescentou a sua intervenção.

Agradeço ao Sr. Deputado Lopes Cardoso a saudação, a título democrático, pela vitória política que imputa ao meu partido.

Poder-lhe-ei retorquir um dia quando uma mesma vitória couber à sua bancada.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Lá chegará o dia!

O Orador: - Não que se trate de uma vitória tempestiva, mas é uma vitória doutrinária, é uma vitória de quem acredita que a competitividade, a produtividade, a abertura de mercados, a abertura de empresas, são em benefício do País e em benefício dos trabalhadores, ao contrário do que os «campeões verbais dos trabalhadores» aqui querem dizer.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Os trabalhadores bancários e seguradores já nos ouviram em 1981, quando aqui discutimos a lei, e sentem bem o que é um sector sem saída, em que o mérito não é premiado, em que as carreiras não são estimuladas. O próprio encerramento do sector público, que assim tem sido mantido por razões dogmáticas, tem obrigado - as pessoas sérias do nosso país reconhecem isso- a uma falta de estímulo, a uma perda de tecnologia, a uma perda de carreira na própria profissão dessas instituições bancárias.

Vozes do CDS: - Muito bem!

sim das ideias de uma sociedade e de uma economia controlada pelo Estado, com supremacia do poder político sobre o poder económico e aberta a todos os sectores, sejam financeiros, de indústrias ou de serviços. Isso reverte, digo-o claramente e é minha convicção, em benefício e não em prejuízo dos trabalhadores do nosso país!

Aplausos do CDS.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Com certeza, mas agora é no seu tempo.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Não há limitação de tempo, mas, obviamente, se houvesse era no meu. Assim, e no tempo de nós todos e com a paciência dos deputados que nos queiram escutar.

O Sr. Deputado invocou um argumento que me deixou um pouco perplexo, para além de ter sido a primeira vez que o ouvi dizer aqui acerca da situação dos trabalhadores na banca, nos seguros ...

O Orador: - Já ouviu em 1981, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sou capaz de ter ouvido, esqueci-me, peco-lhe desculpa, Sr. Deputado.

Ouvi-o falar, portanto, acerca da situação dos trabalhadores da banca e dos seguros, que estão condenados a uma apagada e vil tristeza por falta de concorrência,