figura regimental do contraprotesto, usarei então essa figura para poder comentar a intervenção do Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Sr. Presidente: - Creio que será a figura do con traprotesto que o Sr. Deputado deverá usar, para o que lhe dou a palavra.

O Sr. Carlos deito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Deputado José Luís Nunes: Na verdade, lamento que

seu verniz sofredor só tenha durado até à meia noite menos cinco .

Risos do PCP.

Há um certo sortilégio com as 24 horas. Vejo que o Sr. Deputado José Luís Nunes também é presa desse sortilégio!

Vozes do PS: - Essa é boa!

O Orador: - É. E a verdade é que o Sr. Deputado José Luís Nunes até invocou as bruxas ...

já estamos habituados a- isso e por essa razão Mo nos surpreendemos inteiramente.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!

0 Orador: - Em todo o caso, foi boa toda esta clareza explosiva, pois esclareceu muita coisa; é excelente para o nosso povo e vai dar-mos a oportunidade de esclarecer muita gente.

Vozes do IAS: - Ah!

O Orador: - Nós, aos deputados do Partido Socialista e ao Sr. Deputado José Luís Nunes, só o que temos pedido é coerência ou explicações. Porquê esta súbita cambalhota, que não tem assento nas decisões dos vossos congressos? Ficamos surpreendidos, interrogamo-nos e dizemos: isto vai ser muito mau para a democracia portuguesa. E temos o direito de o dizer, temos o direito de protestar, temos o direito de lhes dizer: Srs. Deputados do Partido Socialista estais a assumir uma gravíssima responsabilidade!

Protestos do PS.

É convosco, é verdade. Sois pessoas há nestas, sois pessoas honradas, é convosco! Mas nós também temos o direito de dizer isto.

Aplausos do PCP e protestos do PS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Manuel Lopes tinha-se inscrito para que efeito?

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Sr. Presidente, inscrevi-me duas vezes: quando o Sr. Deputado Morais Leitão estava a intervir e quando do protesto do

Sr. Deputado José Luís Nunes. E é a essas duas intervenções que não poderei deixar de me referir.

Penso que a Mesa naturalmente terá tomado nota dos pedidos de palavra.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, desculpe, mas V. Ex.ª deseja protestar contra qualquer afirmação do Sr. Deputado Morais Leitão?

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Não, Sr. Presidente. Pretendo utilizar o direito de defesa quanto ao protesto do Sr. Deputado Morais Leitão, e ainda, naturalmente, contraprotestar em relação ao protesto do Sr. Deputado José Luís Nunes.

Protestos do PS.

P Sr. Presidente: - Mas em relação ao segundo orador de que fala foi o Sr. Deputado Carlos Brito que, em nome da sua bancada, fez um contraprotesto ...

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Sr. Presidente, naturalmente que o Sr. Deputado Carlos Brito - e por isso fiz a concessão por que ele tinha feito a sua inscrição atempadamente- fez um protesto em nome da nossa bancada.

O Sr. Presidente: - Foi assim que interpretei, de maneira que o Sr. Deputado Manuel Lopes terá a palavra para intervir, sob a figura do direito de defesa, relativamente às palavras do Sr. Deputado Morais Leitão.

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - E naturalmente também em relação a afirmações produzidas pelo Sr Deputado José Luís Nunes.

Protestos do PS e do PSD-

O Sr. António Macedo (PS): - Isto não pode ser. Isto é o descrédito desta Casal

O Sr. Presidente: - Eu peço a atenção da Câmara porque assim não podemos trabalhar. -

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - É muito simples, Sr. Presidente.

Se a Câmara tiver um pouco de calma e se souber aguardar não vou empatá-la muito tempo.

Protestos do PS.

Em relação às afirmações do Sr. Deputado Morais Leitão, elas são conhecidas devido à sua passagem por vários ministérios durante os governos da AD. Quando V. Ex.ª diz «os senhores são os causadores desses males terríficos desta terra» a verdade é que a política que os senhores conduziram durante 3 anos de poder aumentou não só a grave situação de vida em que os portugueses viviam -e os números não são meus, são do seu próprio Governo -, mas, mais do que isso, agravou substancialmente a situação de desemprego neste país.

Mas foram mais longe do que isso: os senhores deixaram o país com cerca de 100 000 trabalhadores com salários em atraso, em parte de empresas em