revogada pela República, passando pela «máquina repressiva e pelas leis de excepção da ditadura». O ex-líder parlamentar do PS considerou que «os governos têm a tentação de utilizar factos reais condenáveis para reforçar o seu próprio poder». Daí que para Salgado Zenha não haja «que admirar que isto aconteça agora» com a apresentação desta proposta de lei «condenável», que «não tem salvação» e cuja filosofia consiste na «concentração no Governo de poderes majestáticos».

Depois de referir que, com a revisão da Constituição, o Governo já aumentou os seus poderes à custa dos poderes retirados ao Presidente da República, Zenha disse que o Governo quer agora os poderes policiais, quer ter na mão «todos os poderes» e mais um, o poder da «chantagem», que a legislação de segurança, os serviços de informações e o banco de dados lhe dariam.

Vítor Wengorovius, por seu lado, defendeu que «o terrorismo è sobretudo uma questão de causa» e que «esta lei exac erba e provoca as causas do terrorismo». Outro tanto foi defendido por Cunha Leal, ao afirmar que «toda a violência gera violência» e que de um tal círculo vicioso «sabe-se quando se entra, mas não sé sabe quando se sai». A proposta de lei, disse Cunha Leal, «não define o que é terrorismo», mas «terrorista é a própria lei».

Para além dos intervenientes referidos, estiveram presentes na sessão, entre outros, Xencora Camotim e o conselheiro Aquilino Ribeiro, Vasco da Gama Fernandes, Piteira Santos, Rui Grácio, Salvado Sampaio, António Paulouro, Barros Moura, Daniel Cabrita e deputados, como Margarida Marques e José Leitão, do PS, Lopes Cardoso, da UEDS, António Taborda e João Corregedor, do MDP/CDE, João Amaral e José Magalhães, do PCP, e Manuel Lopes, independente.

5. Durante o debate chegaram à Assembleia da República posições:

Das Federações dos Sindicatos de Celulose, Papel, Gráficos e Imprensa, das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos;

Distrito de Lisboa, das Indústrias Alimentares, dos Hidrates de Carbono do Sul e Ilhas, das Indústrias de Celulose, Fabricação e Transformação de Papel, Gráfica e Imprensa do Norte, das Indústrias de Celulose, Fabricação e Transformação de Papel, Gráfica e Imprensa do Sul e Ilhas, da Indústria e Comércio Farmacêuticos, das Indústrias de Construção, Madeiras, Mármores e Pedreiras do Distrito do Porto, das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, das Indústrias Químicas do Norte, da Indústria dos Tabacos, dos Trabalhadores Têxteis dos Distritos do Porto e de Aveiro, dos Trabalhadores do Vestuário, Lavandarias e Tinturarias do Distrito do Porto e do STAL da Câmara Municipal da Marinha Grande;

Das comissões de trabalhadores de A. M. Almeida, Veículos